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Militar da FAB preso na Espanha manterá salário durante investigação

Aeroporto de Sevilha, na Espanha - Raul Urbina / Aena - Divulgação
Aeroporto de Sevilha, na Espanha Imagem: Raul Urbina / Aena - Divulgação

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

27/06/2019 18h24

O sargento da Aeronáutica Manoel Rodrigues Silva, 38, preso na terça-feira (27) sob suspeita de levar 39 quilos de cocaína em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) à Espanha, continuará recebendo salário de R$ 7,2 mil até que seja eventualmente condenado pela Justiça Militar do Brasil. A informação foi confirmada hoje pela consultoria jurídica do Ministério da Defesa.

Manoel Rodrigues Silva foi preso em Sevilha ao desembarcar de uma aeronave da frota reserva da comitiva de Jair Bolsonaro (PSL). O presidente da República chegaria ao aeroporto para uma escala no dia seguinte, mas mudou a parada para Lisboa após o escândalo. Bolsonaro está no Japão para encontro do G20.

Preso na Espanha desde então, Silva é alvo de investigações conduzidas pela polícia espanhola e pelas Forças Armadas brasileiras. Aqui, será julgado pela Justiça Militar.

Se condenado no Brasil, pegará até cinco anos de prisão e ser expulso das Forças Armadas. Os vencimentos estão mantidos até que uma possível condenação transite em julgado, o que pode levar vários anos.

O porta-voz da FAB, major Daniel Oliveira, disse que o consulado do Brasil na Espanha já contatou o militar preso e sua família. O governo espanhol, por sua vez, disponibilizou um advogado para defendê-lo.

A consultoria jurídica do Ministério da Defesa disse que o inquérito aberto pela FAB para apurar o caso terá a duração de 40 dias prorrogáveis por mais 20. Depois de concluído, o inquérito será encaminhado ao MPM (Ministério Público Militar), que ficará responsável por oferecer a denúncia contra Silva. Só então o caso chegará à Justiça Militar.

A consultoria do Ministério da Defesa disse que ainda não há definição sobre se o governo brasileiro irá pedir ou não a extradição do militar.

Hoje (27), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, fez seu primeiro pronunciamento público após a prisão do militar na Espanha. Ele qualificou o caso como "inaceitável" e disse que as Forças Armadas não tolerariam a presença de criminosos entre seus quadros.