Militar preso com drogas na Espanha integraria voo reserva de Bolsonaro
Um militar da Aeronáutica foi detido nesta terça-feira no aeroporto de Sevilha, na Espanha, por suspeita de traficar drogas. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o sargento integraria a tripulação do voo do avião reserva do presidente Jair Bolsonaro.
Já o vice-presidente da República e presidente em exercício, general Antônio Hamilton Mourão, informou que o preso não estava na comitiva oficial de Bolsonaro e ficaria na Espanha para fazer a viagem de volta como tripulante no avião de Bolsonaro entre Sevilha e Brasil.
Citando fontes da Guarda Civil espanhola, o jornal El País informou que o militar, cujo nome não foi revelado, estava com 39 quilos de cocaína. Ele teria sido detido quando os tripulantes e suas bagagens passaram pelo controle alfandegário na chegada ao aeroporto de Sevilha.
Ainda segundo o El País, o militar foi levado para a sede do Comando da Guarda Civil, onde ficará à disposição da justiça.
O jornal local Diario Sur informou que investigadores acreditam que o destino final da droga fosse a Espanha.
Em nota, o ministério da Defesa diz que os fatos estão sendo apurados e que foi determinada a instauração de Inquérito Policial Militar (IPM).
O ministério como o Comando da Aeronáutica disseram repudiar atos dessa natureza e que darão prioridade para a elucidação do caso, com aplicação de "regulamentos cabíveis".
O UOL solicitou mais detalhes sobre o caso à assessoria de comunicação social do ministério, que não respondeu às questões feitas.
Bolsonaro muda rota
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) mudou a rota de viagem nesta noite. Ele decolaria de Brasília rumo a Sevilha para, na sequência, seguir viagem rumo ao Japão, onde participa de reunião do G-20.
Mas no fim desta noite, a agenda oficial do presidente no site do Planalto passou a mostrar Lisboa como local de escala. A assessoria do presidente não explicou o motivo da mudança.
No Twitter, Bolsonaro disse que foi informado da detenção e determinou ao ministro da Defesa, general de Exército Fernando Azevedo e Silva, "imediata colaboração com a Polícia Espanhola na pronta elucidação dos fatos, cooperando em todas as fases da investigação, bem como instauração de inquérito policial militar".
Bolsonaro disse ainda que as Forças Armadas têm em seu contingente "cerca de 300 mil homens e mulheres formados nos íntegros princípios da ética e da moralidade" e que, caso o envolvimento do militar venha a ser comprovado, que ele seja "julgado e condenado na forma da lei".
Histórico
Esta não é a primeira vez que militares brasileiros são presos em circunstâncias parecidas. Em 2011, um coronel da reserva foi penalizado com a perda do posto e da patente pelo Superior Tribunal Militar (STM) pelo tráfico de cocaína em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
Antes, ele já havia sido condenado pela Justiça Federal a 17 anos de prisão. Outros dois oficiais da Aeronáutica envolvidos no caso foram condenados a 16 anos de reclusão, cada um.
Segundo os autos, o coronel integrava uma quadrilha especializada em tráfico internacional de drogas para a Europa, mediante a utilização de aeronaves da FAB. O militar foi preso, em flagrante, no dia 19 de abril de 1999, com 32 kg de cocaína, escondidos em malas de viagem, com destino a Las Palmas, Ilhas Canárias.
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