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Governador do CE diz que policiais envolvidos em motim não serão anistiados

Governador do CE diz que policiais envolvidos em motim não serão anistiados

UOL Notícias

Do UOL

02/03/2020 12h47

O governador do Ceará Camilo Santana se pronunciou após o fim do motim dos policiais militares, afirmando que ninguém será anistiado e que os crimes cometidos durante este período serão investigados.

"Todos os processos abertos serão conduzidos respeitando o processo legal, sem possibilidade de anistia para quem praticou crimes e ameaçou a segurança da população", disse. "Ninguém está acima da lei".

Em vídeo, ele se refere ao motim como "inaceitável e ilegal", mas deixou claro que apenas "pequena parcela da Polícia Militar" era responsável pelo episódio.

"Minha determinação sempre foi de agirmos com absoluta firmeza, dentro da lei para defender famílias cearenses", afirmou. Camilo Santana agradeceu o apoio do "restante da tropa", poder legislativo, judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e OAB.

Negociação final

Depois de 13 dias de motim, a proposta de acordo foi entregue aos PMs por uma comissão formada por membros do governo cearense, do Poder legislativo e Judiciário do estado. A reunião demorou cerca de sete horas.

Após esse encontro, os amotinados realizaram uma assembleia que durou uma hora e meia e resultou no fim da paralisação. Um dos líderes do movimento, Cabo Sabino, se posicionou contra o encerramento do motim. De posse do microfone, ele afirmou que "vocês [os PMs} acabaram de assinar minha demissão".

O montante a ser destinado para a reestruturação da carreira dos militares também permanecerá no patamar da proposta inicial do governo cearense: R$ 495 milhões. Mas haverá reabertura do debate na Assembleia Legislativa do Ceará para que esse valor possa ser redistribuído entre os diversos níveis da carreira militar.

A Defensora Pública Geral do Ceará Elizabeth Chagas descreveu que os momentos finais da negociação foram muito tensos, com familiares e militares demonstrando apreensão no 13° dia de paralisação.

"A sensação agora é que a gente pode respirar em paz no Ceará. Após um período de muita instabilidade", disse. Para Elizabeth, foi preciso trazer sensibilidade e humanização para facilitar o processo de negociação. "Isso permitiu que pudéssemos evoluir. Foi a melhor saída para o governo, para os policiais e para a população, que estava muito vulnerável", afirmou a defensora.