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Trabalhando na linha de frente, médica de 29 anos morre de covid-19 em MT

A médica Monique Silva Batista, de 29 anos, morreu vítima da covid-19 - Reprodução/Facebook
A médica Monique Silva Batista, de 29 anos, morreu vítima da covid-19 Imagem: Reprodução/Facebook

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

11/08/2020 19h08Atualizada em 12/08/2020 08h00

A médica Monique Silva Batista, 29, morreu vítima da covid-19 na noite de ontem, no Hospital Amecor, em Cuiabá. Ela estava internada em um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) há quase um mês e atuava na linha de frente no hospital Coração de Jesus, em Campo Verde (MT), a 140km da capital.

Monique tinha asma e, devido à dificuldade de respirar causada pela covid-19, foi rapidamente intubada no hospital. Segundo amigos, a médica foi infectada trabalhando no atendimento a pacientes infectados pelo novo coronavírus. A família não divulgou o local onde o corpo da jovem será velado ou enterrado.

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Monique nasceu em Uberaba (MG). Em 2013, ingressou na faculdade de medicina da UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), em Cuiabá. Após a formatura, celebrada no ano passado, a jovem começou a trabalhar como plantonista no hospital Coração de Jesus. Ela também atuava no Programa de Saúde da Família e Unidade Sentinela, na zona rural de Campo Verde.

Em nota, o hospital Coração de Jesus destacou a dedicação da médica com os pacientes: "Monique lutou bravamente, assim como ela fazia no dia a dia em seu trabalho, que realizava com paixão. Sempre atendia a todos com muito carinho e profissionalismo. Infelizmente, Dra. Monique Silva Batista foi mais uma vítima de complicações da covid-19. Ela tinha asma. Que sua luta e trabalho não sejam em vão".

A prefeitura de Campo Verde ressaltou que a médica era "excelente profissional e um grande ser humano", trabalhava com dedicação e, atualmente, atuava cuidando de pacientes com covid-19. "Infelizmente, apesar de toda sua luta e de todo o pensamento positivo e orações feitas por centenas de pessoas que a conheciam, e também de quem não conviveu com ela, mas sabia de sua luta pela vida, que durou cerca de 30 dias desde os primeiros sintomas da doença, o vírus foi mais forte".

A faculdade de Medicina da UFMT afirmou que Monique foi uma de suas melhores alunas e que atuava com humanidade atendendo os pacientes. "Era um ser humano de luz e uma médica excepcional. Tão incrível que cuidou carinhosamente de muitos pacientes com covid-19, até que ela mesma se tornou paciente da doença, que já interrompeu mais de 100 mil sonhos no Brasil."

Monique discutia e relatava, em redes sociais, casos de pacientes em tratamento contra o novo coronavírus. Em uma das publicações sobre a doença, a médica disse que o novo coronavírus é agressivo e fatal. A covid-19 é "uma doença grave, virulenta, real, agressiva e potencialmente fatal do ateu ao candomblé. Do jovem ao velho. Homem ou mulher. O rico ou pobre. Um acometimento sem qualquer estratificação social. Avassalador", escreveu a médica.

Monique era noiva do engenheiro agrônomo Arthur Varmeling. O casal criava dois cachorros e três gatos.

Amigos e familiares lamentaram a morte da médica. Eles destacaram o amor que ela tinha por tudo que fazia, seja como médica ou como amiga. "Monique era um ser de luz que encantava a todos por onde passava. Sei que agora ela está descansando em um lugar melhor", disse Milena Brasileiro.

O médico e colega Paulo Otávio Almeida disse que Monique "travou suas últimas lutas contra a covid-19 no interior do nosso estado." "Desde o começo de toda pandemia, não se eximiu do discurso de Hipócrates até sucumbir ao que ainda não há completo domínio do homem", ressaltou.

Almeida destaca que a jovem era um ser humano — e não era um número. "Monique não era apenas médica. Antes de tudo, a mineira Monique também era filha de Luiz e Vera. Irmã de Letícia. Noiva de Arthur. Deixou para trás aquele que eram seus xodós: Thor, Jhonny, Ted, Julie e Clara. Monique não é apenas um número. Era filha, irmã, noiva e amiga de muitos", enfatizou.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do publicado no nono parágrafo, Milena Brasileiro não é prima de Monique Silva Batista. A informação foi retirada da matéria.

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