Mulher ofende funcionários de quiosque no RJ: 'sou filha de homem poderoso'
Um vídeo que viralizou nas redes sociais hoje mostra uma mulher discutindo com funcionários do quiosque Geneal, no Leblon.
Nas imagens, a mulher aparece visivelmente irritada e afirma: "Vocês mexeram com a mulher errada, sou filha de homem poderoso (...), sou filha de juiz". Ela segue com as ofensas contra os funcionários dizendo "você é um merda, não é nada perto de mim."
A mulher só para com as ofensas ao ser levada por um homem até um carro preto que estava parado próximo ao quiosque.
O gerente do estabelecimento, Rafael de Oliveira Francisco, que estava no local no momento da confusão, relata que a mulher ainda proferiu ofensas racistas contra um dos homens da equipe.
De acordo com Rafael, o caso ocorreu no final do mês passado, mas viralizou apenas agora porque uma pessoa conhecida dos envolvidos resolveu compartilhar as imagens em uma rede social.
O funcionário do estabelecimento alega que a confusão havia começado uma semana antes do episódio gravado, quando a mulher foi flagrada tentando furtar uma cerveja. Na ocasião, ela discutiu com os funcionários e chegou a quebrar uma mesa. Então, dias após a primeira discussão, ela voltou ao local e, novamente, discutiu com os trabalhadores do local, que registraram a discussão.
"Uma semana antes, ela tinha tentado furtar uma cerveja da geladeira, o funcionário viu e falou com ela educadamente, mas ela começou ofender e até mesmo quebrou uma mesa. [Na semana seguinte] Assim que ela viu [o funcionário que a abordou da primeira vez] já começou a ofender, inclusive um policial que foi ao local. Ela diminuiu a intensidade depois que viu que estava sendo gravada, mas xingou o funcionário com expressões fortes como 'preto sujo' e 'nego feio'", detalhou Rafael.
O gerente do quiosque, que foi inaugurado em dezembro do ano passado, contou que foi a primeira vez que um caso desse acontece no local.
Funcionário ofendido perdeu a mãe por covid-19
Pelas imagens registradas pelos envolvidos na confusão, é possível ver que a mulher não está usando máscara, medida recomendável para prevenção do novo coronavírus. De acordo com Rafael, só a mulher estava sem máscaras no momento da confusão.
O gerente ainda revela que, cinco dias após o caso, o homem que foi vítima das ofensas racistas perdeu a mãe vítima de covid-19.
"Ele é um homem carismático, já teve que morar na rua, fala mais de um idioma, ele é um exemplo de vitória. O que ela fez com ele foi covardia, das pessoas ali, ele talvez seria a única que não merecia isso", disse.
Em contato com a reportagem do UOL, Júlio Quintanilha, funcionário que foi alvo das ofensas racistas, lamentou o episódio e disse que pensa em processar a mulher.
"Acabei de sair da delegacia. Devido a uma sequência de fatores, só hoje pude abrir uma ocorrência, e devido a toda essa repercussão. Perdi minha mãe tem 15 dias e estava há 12 dias internado com minha irmãzinha de um ano e cinco meses, com muitas complicações de saúde, que agora vou ter que criar junto ao meu esposo, e somente ontem tivemos alta", declarou Júlio, que acrescentou:
"Foi um pouco assustadora toda essa exposição, sendo obrigado a procurar o Decradi, tendo que deixar minha irmã em casa."
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