PF cumpre 11 mandados em São Paulo contra esquema de contrabando de marfim
A Polícia Federal cumpre hoje 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo como parte de uma investigação que apura o tráfico de partes de animais exóticos e sua introdução ilegal no país.
A operação, chamada de Marfim, é feita em cooperação com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e com a Polícia Ambiental do estado. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal.
A investigação constatou a comercialização de objetos com aparência de marfim em barracas da Feira de Antiguidades que acontece aos domingos, no vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), na avenida Paulista. Chamada, a coordenação de inteligência Ibama confirmou os indícios de comercialização ilícita de marfim de origem espúria.
A PF identificou 11 endereços residenciais e comerciais na cidade de São Paulo vinculados às pessoas que supostamente importaram, adquiriram ou comercializaram obras de arte produzidas com marfim.
Os investigados serão interrogados e poderão responder por contrabando e receptação dolosa qualificada. As penas previstas para os crimes são, respectivamente, de dois a cinco anos e reclusão de três a oito anos e multa. Os objetos apreendidos serão submetidos a um exame pericial merceológico.
No informe sobre a operação, a PF destaca que o Brasil é signatário da Convenção de Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagem em Perigo de Extinção (Cites), de 1973. O acordo preconiza que cada governo vinculado a ele se comprometa a implementar medidas de coibição do tráfico de animais, a fim de evitar ameaças a sobrevivência de espécies. "A ação da PF coincide hoje com o desencadeamento da Operação Internacional Thunder, organizada em conjunto pela Interpol e pela Organização Mundial das Aduanas", acrescenta.
Atualmente, a caça ilegal de elefantes para obtenção de marfim ainda permanece sendo uma preocupação. Mesmo com a proibição de comércio internacional de marfim, desde 1990, a prática ocorre. De acordo com relatório da International Union for Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN), a população de elefantes africanos caiu de cerca de 12 milhões para 400 mil, em apenas um século.
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