'Ele disse: só podia ser preta', relata pedagoga agredida por PM no Amapá
A mulher negra agredida por um policial militar na sexta-feira (18) em Macapá (AP) afirma que, além das agressões físicas, foi vítima de ofensas racistas. Em entrevista à GloboNews, a pedagoga Eliane da Silva relembrou:
"A polícia me torturou no escuro, eu passei mal. Eu disse 'você me respeita', ele falou 'cala a boca, vagabunda'. Eu não devo nada para a justiça, mas fui classificada como uma vagabunda. Novamente eu disse a ele que a gente ia conversar sobre isso na frente do juiz, e foi quando ele disse 'só podia ser preta'."
Ela afirma que o policial a atacou ao perceber que ela estava filmando uma abordagem violenta contra seu marido.
"Ele veio na minha direção e já veio me agredindo, sem conversas, para tomar meu celular. Meteu a mão no meu pescoço, pediu o celular e eu segurei o celular para não cair por conta da agressão, que tinha sido muito forte. Ele me deu uma rasteira, me jogou ao chão e rapidamente me deu um soco."
Nem ela e nem o marido sabem qual foi o motivo da abordagem dos policiais. Eles foram algemados e detidos sob acusação de desacato e, segundo a emissora, pagaram R$ 800 de fiança para serem liberados.
Em publicação nas redes sociais, o governador do estado, Waldez Góes (PDT), lamentou a ação da PM e disse que a abordagem foi "recheada de atitudes racistas".
"Determinei ao Comando Geral da Polícia Militar uma apuração criteriosa e rápida dos fatos mostrados no vídeo. Cenas como essa não podem ser toleradas e não podem se repetir", afirmou Góes.
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