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Lava Jato quer reverter à União R$ 230 milhões de "doleiro dos doleiros"

Doleiro Dario Messer renunciou a bens - Reprodução/Facebook
Doleiro Dario Messer renunciou a bens Imagem: Reprodução/Facebook

Colaboração para o UOL, em São Paulo*

23/10/2020 12h32Atualizada em 23/10/2020 15h19

O MPF (Ministério Público Federal) pediu uma autorização à Justiça para que a União seja restituída em mais de R$ 230 milhões. Esse valor sairá de bens renunciados no caso do doleiro Dario Messer, que envolvem 33 imóveis e também dinheiro depositado em conta.

Cerca de R$ 137,5 milhões foram depositados em contas bancárias de delatores. Já os imóveis são apartamentos, casas e terrenos em bairros valorizados do Rio de Janeiro e São Paulo, com valor estimado em R$ 92,8 milhões.

Entre os imóveis de Messer que a Procuradoria quer mandar a leilão estão uma cobertura no Leblon, sete apartamentos e um terreno na Barra da Tijuca e outros bens na Lagoa (casa), Copacabana (apartamento) e Leblon (duas salas comerciais).

Messer renunciou a esses bens em em acordos de colaboração feitos pela força-tarefa da Operação Lava Jato Rio de Janeiro.

Nem todos bens são apenas de Dario Messer. Tem também imóveis da esposa dele, Rosane, e do ex-genro, Rafael Libman. Os réus também renunciaram a bens no Paraguai, Estados Unidos e a obras de arte.

Quanto a Rafael Libman, a solicitação da Lava Jato envolve oito imóveis no Recreiro, três na Barra, três em Botafogo, um em Vila Isabel e um do Leblon.

Com relação ao pai de Rafael, Mario, operador ligado a Messer, os procuradores querem leiloar dois apartamentos no Itaim Bibi e um na Vila Nova Conceição, em São Paulo. Ele tem ainda uma lancha Coral 27 guardada em Angra dos Reis que terá de ser avaliada - no entanto, modelos similares são anunciados por cerca de R$ 150 mil, diz a Procuradoria.

"A restituição de todo esse patrimônio aos cofres públicos demonstra que as instituições estão trabalhando de forma eficiente e rápida na prevenção e na repressão a crimes, em especial de lavagem de dinheiro. A perda do produto dos crimes por parte de quem os praticou também revela cada vez mais que o crime não compensa", concluem os procuradores integrantes da Força-Tarefa Lava Jato no Rio de Janeiro.
Já o pedido relacionado a Rosane Messer lista duas salas comerciais no Leblon e um apartamento em Ipanema. A liberação deste último para venda também precisa de aval da 4ª Vara Federal Criminal do Rio, onde tramita outra ação.

Obras de arte e bens no Paraguai e nos EUA

Messer e seus familiares ainda possuíam outros bens aos quais renunciaram no acordo de colaboração fechado com o MPF. Com relação ao patrimônio do doleiro no Paraguai e nos EUA, por exemplo, a Procuradoria já formalizou pedido de cooperação internacional para o seu compartilhamento.

A força-tarefa da Lava Jato também se manifestou sobre dez telas de Di Cavalcanti, uma de Djanira e uma de Emeric Marcier, também já renunciadas pela família Messer. Está pendente de julgamento no Tribunal Regional Federal da 2ª Região um recurso da Procuradoria que quer tornar públicas as obras.

A 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro tinha ordenado o leilão das telas, mas o MPF recorreu por considerar inestimável o valor desse patrimônio imaterial. Os procuradores sugeriram que a coletânea fosse doada ao Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e expostas a toda a sociedade.

Em relação ao patrimônio de Dario Messer no Paraguai e nos EUA, o MPF já formalizou pedido de cooperação internacional para o seu compartilhamento.

* Com informações do Estadão Conteúdo