Motorista é picado por cobra jararacuçu em Cubatão: 'Pensei que ia morrer'
Um motorista de 46 anos foi picado por uma cobra da espécie jararacuçu em Cubatão (SP) e precisou passar cinco dias internado. Ele foi picado no pé enquanto mexia em um caminhão, e precisou ser levado às pressas para uma unidade de saúde.
Valmir Alves Ribeiro mora no Caminho 2 da Vila Natal, um bairro às margens da Rodovia Anchieta, na cidade do litoral paulista. Ele contou ao UOL que temeu morrer e que, no momento do incidente, mexia no caminhão que usa para trabalhar, depois de uma chuva, na semana passada, quando sentiu algo incomodando nos pés.
"Parecia um caminhão passando em cima do meu pé. Quando vi, tinha um animal preso no meu pé. Achei que era um sapo, uma perereca. Quando parei para ver mesmo, a cobra estava grudada no meu dedinho. Entrei em desespero. Pensei que iria morrer, coração ficou disparado", afirma.
Depois de ser picado, o motorista disse que o animal tentou picá-lo novamente, mas, ao ver um amigo passando pela rua, pediu ajuda.
"Ele matou a cobra e a tirou de perto de mim. Fui para casa, falei para minha esposa que uma cobra tinha me picado. A família se mobilizou e me levou ao Pronto-Socorro", conta. A esposa de Valmir Ao chegar na unidade de saúde, recebeu soro antiofídico e ficou internado por cinco dias, até ter alta na segunda-feira (23).
Apesar de não correr mais risco, o motorista ainda sente muitas dores no pé e apresenta quadro de pressão alta. "Apesar de tudo, tenho sorte em estar vivo. A vida tem que seguir, temos que trabalhar", acrescenta.
A jararacuçu é encontrada em todo o Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, além de parte de Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e países vizinhos, como Argentina, Paraguai e Bolívia.
O veneno da cobra é forte, e os sintomas mais comuns observados são dor local, inchaço, necrose, choque, falta de coagulação sanguínea, hemorragia externa grave e insuficiência renal.
Antiga horta virou depósito de lixo
Valmir também é presidente da Associação Comunitária da Vila Natal. Ele disse que perto de onde o caminhão estava parado existia uma horta, que foi retirada há alguns anos. Desde então, o lixo e o mato acumularam.
A área é passagem para que moradores possam pegar o ônibus que vai para o centro de Cubatão e outras cidades da Baixada Santista, e muitas crianças também usam o espaço para brincar.
Em 2017, uma reunião foi feita com a prefeitura, para cobrar uma solução mais efetiva. Porém, pouco adiantou.
"As pessoas não têm consciência e acabam jogando lixo e entulho. Quando tem alguma denúncia, a prefeitura de Cubatão e a Ecovias [concessionária da Rodovia Anchieta] vão fazer a limpeza", disse.
Empurra-empurra
Procuradas pela reportagem, Ecovias e prefeitura de Cubatão divergem sobre a quem pertence a área. A concessionária da Rodovia Anchieta informa que o trecho não é de sua responsabilidade.
"Já a área sob responsabilidade da concessionária recebe manutenção periódica com roçada de mato e retirada de lixo, atendendo às obrigações contratuais com o poder concedente. A última manutenção tinha sido realizada há 15 dias. Hoje, uma equipe novamente se deslocou para efetuar serviços no local", informa em nota.
Já a Secretaria de Meio Ambiente informou que a área em questão fica em um trecho paralelo à Rodovia Anchieta, e que seria de domínio da Ecovias.
"O local foi desmobilizado por conta de diversas construções irregulares em toda a sua extensão, e não só hortas, como relatado. O descarte irregular de resíduos, infelizmente, é uma prática comum na maioria dos bairros do município. A Secretaria de Manutenção e Serviços Públicos tem fiscalizado com intuito de coibir essa prática. O serviço de roçagem de áreas verdes é gerido pela mesma secretaria; assim o retorno nos locais é periódico", completou em nota.
Caso um morador encontre uma serpente, deve manter distanciamento seguro e contato visual com o animal, avisar as pessoas para não se aproximarem e ligar imediatamente para o Serviço de Zoonoses ([13] 3375-2259, de 2ª a 6ª, das 8 às 17 horas) ou, nos para o Corpo de Bombeiros, pelo telefone 193 (sábados, domingos e feriados ou após as 17 horas).
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