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SP: Justiça aceita denúncia contra PM acusado de matar jovem em abordagem

Jovem do Parque Bristol, na zona sul de São Paulo, usa camiseta em homenagem a Rogério Ferreira da Silva Júnior, 19, morto por um PM - Marcelo Oliveira/UOL
Jovem do Parque Bristol, na zona sul de São Paulo, usa camiseta em homenagem a Rogério Ferreira da Silva Júnior, 19, morto por um PM Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

Do UOL, em São Paulo

01/12/2020 13h13

A Justiça de São Paulo aceitou na última sexta-feira (27) a denúncia do MP (Ministério Público) e tornou réu o policial militar Guilherme Tadeu Figueiredo Giacomelli, acusado da morte do jovem Rogério Ferreira da Silva Júnior, 19, em 9 de agosto, dia do aniversário da vítima, na região do Parque Bristol, zona sul da capital paulista.

Segundo a denúncia, Giacomelli, acusado de homicídio doloso (quando há intenção de matar) atirou nas costas de Rogério quando ele estava andando de moto. Na época do ocorrido, o policial alegou que agiu em legítima defesa, porque achou que a vítima estava armada e ia tentar fugir de uma abordagem da PM. Mas o agente não encontrou nenhuma arma com a vítima.

O MP também havia pedido a prisão preventiva de Giacomelli, mas o juiz Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara do Júri, negou a decretação. No despacho, ele destaca que o réu colaborou com as investigações, apresentou-se às autoridades sempre que necessário e não demonstrou oposição a realização das diligências.

O magistrado, no entanto, determinou aplicação de medidas cautelares, como suspensão de porte de arma, proibição de exercer funções policiais de patrulhamento ou atendimento direto à população, não manter contato com testemunhas ou parentes da vítima.

O juiz ainda solicitou que o processo que apura suposto crime de fraude processual que corre na Justiça Militar seja transferido para a Justiça comum.

Segundo o MP, Guilherme e um parceiro policial "solicitaram apoio alegando que se tratava de acidente trânsito, escondendo o disparo de arma de fogo. Procuraram, assim, inovar artificiosamente o estado de lugar, de coisa ou pessoa, com o intuito de induzir a erro o juiz ou o perito, para produzir efeito", ainda de acordo com a denúncia.

O magistrado entendeu que os crimes de homicídio doloso e fraude processual são conexos e portanto, devem ser julgados em conjunto

O UOL tenta localizar a defesa do policial. O espaço está aberto para manifestações.