Moradores relatam novo apagão no Amapá; empresa diz que normalizou situação
O Amapá enfrentou nova falta de energia hoje. A interrupção do serviço teve início por volta das 16h (de Brasília), durou cerca de duas horas e foi confirmada pela LMTE (Linhas de Macapá Transmissora de Energia), concessionária que administra a geração de eletricidade no estado. O caso ocorreu pouco mais de dois meses depois de um apagão que afetou 13 cidades, em novembro de 2020.
Nas redes sociais, o deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP), informou que o apagão ocorreu nos 13 municípios da primeira vez. A concessionária não confirmou quantas cidades foram afetadas.
Em nota, a LMTE justificou que o novo apagão se deu por "uma ocorrência na linha de transmissão de Laranjal do Jari à Macapá", que abastece a subestação da capital e "que a questão já foi resolvida".
"A concessionária disponibilizou as linhas de transmissão instantaneamente (em um minuto), e portanto, sua disponibilidade de suas instalações de transmissão foi normalizada", explicou a concessionária.
A empresa ainda afirmou que os três geradores que operam em Macapá, usados para fornecer energia para 13 municípios, "funcionam sem intercorrências". Os equipamentos não atendem somente Laranjal do Jari, Vitória do Jari e Oiapoque, que contam com sistemas elétricos isolados.
O Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não citam, em nota, o restabelecimento total da energia nos municípios, mas ressalta que "todos os equipamentos da rede básica já estão em operação".
O ONS informou em nota que houve a interrupção de 250 MW de carga no estado do Amapá e que por volta das 17h15, pouco menos da metade, 110 MW, já estava restabelecido. A causa da falta de energia será avaliada pelo órgão.
"A Aneel está atuando junto à concessionária, que deverá informar as medidas adotadas para solucionar o problema e evitar reincidências. O MME, Aneel e ONS acompanham as ações por parte da Companhia de Eletricidade do Amapá [CEA] de forma alcançar o pleno restabelecimento do fornecimento elétrico no menor tempo possível", ressaltaram em nota conjunta os órgãos federais.
A CEA negou que o problema fosse na distribuição, mas na geração da energia, de responsabilidade da LMTE.
O deputado Capiberibe prometeu cobrar ações dos órgãos relacionados ao sistema elétrico.
"A falta de energia, hoje à tarde, em 13 dos 16 municípios, lembra que o sistema funciona com precariedade. A nota da LMTE recorda que falta o sistema de redundância, um sistema reserva. ONS, MME e Aneel precisam dar uma resposta eficaz. Vamos continuar cobrando", comentou o deputado, em uma rede social.
"Estamos com trauma"
Ao UOL, a estudante Mari Serrão, de 22 anos, contou que a família dela vive com trauma em razão dos momentos vividos em novembro, sem energia.
"Estamos com trauma. Desta vez, imaginávamos logo o pior porque não faltou energia somente em Macapá, mas em outras cidades e o sinal de celular também começou a oscilar. Fui logo comprar vela porque não sabia que horas retornaria", comentou a jovem, que mora no bairro Renascer, na Zona Norte da capital amapaense.
Nas redes sociais, moradores também relataram medo semelhante sobre a possibilidade de novo apagão semelhante ao de novembro, que durou mais de 20 dias para a energia ser normalizada em 100% nos 13 municípios afetados.
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