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Apagão atinge o Amapá há 48 horas e habitantes lotam hotéis para ter luz

Vista aérea da cidade de Oiapoque, no Amapá. Cidade é uma das três não atingidas por apagão no estado, que tem 16 municípios - NELSON ALMEIDA / AFP
Vista aérea da cidade de Oiapoque, no Amapá. Cidade é uma das três não atingidas por apagão no estado, que tem 16 municípios Imagem: NELSON ALMEIDA / AFP

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

05/11/2020 15h43

O Amapá está enfrentando uma série de dificuldades por conta de um apagão que atinge o estado desde a noite de terça-feira. A falta de energia afeta também serviços essenciais como o abastecimento de água e fornecimento de internet, além de problemas comerciais, como a perda de mercadorias que necessitam de refrigeração.

Hoje, das 16 cidades do estado, apenas três —Oiapoque, Laranjal do Jari e Vitória do Jari— mantêm a energia porque são abastecidas por sistemas independentes. A capital Macapá está com o fornecimento de luz completamente suspenso.

Segundo o governo do estado, as unidades de saúde estão sendo mantidas por geradores.

Por conta do apagão, houve uma grande procura da população por itens essenciais como combustível e água mineral, já que o abastecimento de água encanada foi paralisado.

A Caesa (Companhia de Água e Esgoto do Amapá) informou hoje que já está retomando o abastecimento, e deve contratar geradores auxiliares.

A população de Macapá lotou todos os hotéis com gerador próprio para dormir com alguma ventilação, luminosidade e serviços como internet.

Incêndio em estação causou apagão

O sistema de telefonia também apresenta inconsistência em boa parte do estado devido à falta de energia. Muitas lojas do comércio estão com as vendas suspensas por problemas em seus sistemas.

Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), responsável pela transmissão de energia, o apagão ocorreu em virtude de um incêndio no transformador 1 da Subestação de Macapá, de propriedade da empresa LMTE, responsável pela energia no estado.

Por conta do incidente, o ministério instituiu um Gabinete de Gestão de Crise com participação também do ONS, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), da Eletrobras e da LMTE. A portaria ainda determina uma investigação sobre as responsabilidades do incidente.

Três planos estão à mesa para solucionar o apagão

Na manhã de hoje, três planos foram apresentados para restabelecer a energia, um deles de forma emergencial que traria o retorno parcial.
A primeira ideia é recuperar um dos transformadores queimados e que foi menos danificado. Isso poderia trazer o retorno de até 70% da energia no estado, mas ainda são necessários testes e a previsão é que a operação possa durar até 48 horas.

O segundo plano é trazer um gerador de energia de Laranjal do Jari, mas que pesa cerca de 100 toneladas e o processo levaria em torno de 15 dias entre desmonte, transporte de balsa e montagem.

Outra alternativa seria trazer de Boa Vista um transformador que viria de avião, mas levaria até 30 dias. Unidades de menor porte também viriam de Manaus para ajudar a suprir o problema.

"Temos uma perspectiva de reparo de um dos transformadores ainda no dia de hoje. Se for bem-sucedido, restabelecerá de 60% a 70% da carga do estado do Amapá. Mas estamos desencadeando outras ações para que em até 30 dias todos os transformadores estejam aqui para dar total segurança energética", informou o ministro Bento Rodrigues, em entrevista agora pela manhã à Rede Amazônia.

Em postagem agora à tarde, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que recebeu uma ligação do ministro Bento Albuquerque e que o processo pode levar mais 24h.