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Tremor de terra com magnitude 2.8 é registrado no interior de SP

Um sismólogo apontou que tremores como o registrado em Cajobi são comuns no Brasil - Divulgação/Prefeitura de Cajobi
Um sismólogo apontou que tremores como o registrado em Cajobi são comuns no Brasil Imagem: Divulgação/Prefeitura de Cajobi

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto (SP)

29/01/2021 18h31Atualizada em 30/01/2021 11h51

Um tremor de terra foi registrado ontem à tarde em Cajobi (SP), a cerca de 430 km de São Paulo, e assustou os moradores do município de pouco mais de 10 mil habitantes.

Por volta das 15h, centenas de moradores buscaram as redes sociais para relatar os tremores e buscar informações com outros habitantes sobre o que poderia estar acontecendo na cidade.

A aposentada Dircéia Verdério Marques relata que estava em casa quando sentiu o tremor. Em um primeiro momento, conta que pensou que poderia ser um caminhão carregado passando na rua, mas devido à intensidade do tremor, percebeu que não era e que algo de anormal estava acontecendo na região.

"Na minha rua nunca passa caminhão, mas eu achei que poderia ser. Mas como tremeu muito forte vi que não era. Aqui em casa as paredes tremeram bastante, o chão, o sofá, tudo tremeu muito. Foi um susto enorme", relembra a moradora ao UOL.

Segundo o Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo), o tremor realmente aconteceu na cidade. Dados divulgados pelo centro mostram que o abalo sísmico atingiu 2.8 graus na Escala Richter, o que é considerado baixo para os padrões mundiais.

O tremor foi registrado às 15h08 e foi captado pela base sísmica instalada em Bebedouro (SP).

Tremores de baixa magnitude são comuns

O sismólogo Bruno Collaço, da USP, explica que tremores como o registrado em Cajobi são comuns no Brasil e acontecem principalmente na região nordeste e no interior do estado de São Paulo.

"Situações como essa acontecem praticamente todos os meses em alguma região do país. Esse ano já registramos 16 eventos como esse e normalmente eles ocorrem em áreas longe das cidades e por isso as pessoas acabam ficando nem sabendo [do abalo]. Mas, eventualmente quando acontece em locais com população, como foi esse caso de ontem, acabam assustando, mas dificilmente eles causarão algum dano", explica Collaço.

Ainda segundo o sismólogo há diversos fatores que podem ocasionar esses tremores, no caso do interior de São Paulo, é bastante comum a sismicidade estar relacionada com a perfuração de poços para obtenção de água.

"Além dessas razões mais locais, o Brasil —que está na placa sul-americana— está sendo "apertado" pelas placas da África (leste) e Nazca (oeste). Essa soma de esforços também contribui para que ocorram os tremores em nosso país. Assim, definir exatamente as causas do tremor em Cajobi é muito difícil sem um estudo mais detalhado na região", acrescentou o sismólogo, que explica.

"É verdade que as placas da África e de Nazca se afastam. Contudo isso acontece na dorsal meso-oceânica. Então, a crosta oceânica que vai 'nascendo' na dorsal, vai empurrando o Brasil. E do outro lado tem a Placa de Nazca pelo pacífico. Por isso dizemos que o Brasil sofre essa compressão de ambos os lados", finaliza.

Errata: este conteúdo foi atualizado
O sismólogo entrevistado na reportagem se chama Bruno Collaço, e não Colosso, como publicado no texto original. A informação já foi corrigida.