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'Não basta que o Estado responda quem mandou matar', diz viúva de Marielle

Monica Benício, viúva da Vereadora Marielle Franco, em ato da Anistia Internacional na porta do Ministério Público, centro do Rio (foto de arquivo) - Armando Paiva/Parceiro/Agência O Globo
Monica Benício, viúva da Vereadora Marielle Franco, em ato da Anistia Internacional na porta do Ministério Público, centro do Rio (foto de arquivo) Imagem: Armando Paiva/Parceiro/Agência O Globo

Do UOL, em São Paulo

14/03/2021 11h39

No dia em que a execução de Marielle Franco e Anderson Gomes completa três anos, a viúva da vereadora cobrou das autoridades mais do que respostas sobre os responsáveis pelo crime. Em artigo publicado no jornal "O Globo" neste domingo (14), Monica Benicio pede ações concretas contra as milícias e esforços para preservar a história das vítimas da violência do Estado.

Monica Benicio, eleita vereadora do Rio em 2020, define as milícias como "grupos de extermínio, matadores de aluguel e quadrilhas que têm em comum o uso de estruturas das forças de segurança pública com o respaldo de agentes políticos". Afirma também que as milícias são fruto de um país forjado em episódeios de brutalidade, "como o genocídio indígena, a escravidão, as ditaduras e golpes de Estado".

Enquanto o sistema de Justiça leva anos para cumprir seu dever, se quisermos de fato entender o que aconteceu com Marielle e, mais ainda, evitar que outros assassinatos ocorram na nossa cidade, é preciso ir a fundo e investigar o histórico da constituição das forças de segurança e de suas relações obscuras com o mundo político.
Monica Benicio, vereadora e viúva de Marielle Franco

A viúva de Marielle disse ainda que as autoridades devem imediatamente direcionar esforços para ações de Memória e Verdade. "Esse é o único caminho possível para reduzir a violência e tornar o nosso país um lugar melhor para viver."

Não se tem notícia de uma democracia relevante, perene, que não tenha enfrentado seus fantasmas do passado e trilhado o doloroso, porém necessário, caminho do direito à Justiça, Memória e Verdade.
Monica Benicio