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Homem que alegou tiro acidental em festa é indiciado por homicídio doloso

Alana Beatriz Nascimento de Oliveira morreu após ser atingida por um tiro em uma festa em Fortaleza (CE) - Acervo pessoal
Alana Beatriz Nascimento de Oliveira morreu após ser atingida por um tiro em uma festa em Fortaleza (CE) Imagem: Acervo pessoal

Ed Rodrigues

Colaboração para o UOL

20/04/2021 18h24Atualizada em 21/04/2021 07h47

A Polícia Civil do Ceará concluiu o inquérito sobre a morte da estudante Alana Beatriz do Nascimento e indiciou o empresário David Brito de Farias por homicídio doloso. Segundo a investigação, ficou constatado que o suspeito assumiu o risco ao manusear a arma próxima à face da vítima.

Alana foi baleada na testa e morreu após participar de uma festa em um dos imóveis do suspeito, em Fortaleza, no dia 21 de março. Ao se apresentar à Polícia Civil, David alegou que o disparo foi acidental, e teria acontecido enquanto ele mostrava a arma para a moça, já no fim da noite. A versão, no entanto, não convenceu os investigadores.

O inquérito foi remetido ao Ministério Público do Ceará. Em nota, a SSPDS (Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social) informou que 21 pessoas foram ouvidas e que o desfecho também considerou laudos da Perícia Forense.

"Foi indiciado por homicídio doloso, na modalidade eventual, quando o indiciado, mesmo sem necessariamente querer o resultado da ação, assume o risco que ela deve produzir", explicou o comunicado.

Ao saberem do desfecho, amigos de Alana realizaram um ato para agradecer o andamento do processo e cobrar a condenação de David.

"Nos unimos e passamos dias e dias procurando justiça, questionando, juntando provas. Alana fez uma união enorme aqui na terra de amigas, pessoas que se comoveram com o caso, e todos nós estamos juntos nessa vitória", disse a amiga Sara Albuquerque ao UOL.

A assistente de almoxarifado afirmou que o indiciamento é só o começo. "Ela não merecia esse fim, e por isso merece justiça".

O UOL procurou a defesa do empresário David Brito, que disse discordar da conclusão do inquérito.

Segundo o advogado Leandro Vasques, o empresário não tinha motivos para matar Alana e está sendo indiciado por conta de uma imperícia ao manusear a arma.

"Ele conheceu ela naquele dia. Convidou amigos para assistir a uma live e ela foi uma das pessoas que compareceram. Que motivos ele teria para ceifar a vida da moça?", questionou.

"Querem rotular que ele era um atirador desportivo. De forma alguma. Ele fez um curso para ter a arma e defender seu patrimônio. A verdade será constatada", concluiu.

Até a publicação desta matéria, não havia mandado de prisão expedido para o empresário.