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Mãe e companheira são presas suspeitas de castigarem criança com cabo de TV

Criança deu entrada no Hospital Municipal São Francisco de Assis, no RJ, em estado grave - Reprodução/Google Street View
Criança deu entrada no Hospital Municipal São Francisco de Assis, no RJ, em estado grave Imagem: Reprodução/Google Street View

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

20/04/2021 10h18

Uma menina de seis anos deu entrada ontem, em estado grave, no Hospital Municipal São Francisco de Assis, em Porto Real, no Sul Fluminense, após passar o final de semana sendo agredida com um cabo de TV. As agressões foram cometidas pela mãe e pela companheira dela, na casa onde moravam no bairro Jardim das Acácias, de acordo com a delegacia de Porto Real.

Segundo a polícia, a dupla confessou as agressões, que começaram na sexta-feira (16) e se estenderam até a madrugada de segunda-feira (19) quando a sogra da mãe da criança, que morava na mesma residência, resolveu chamar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para prestar socorro à vítima. Segundo as investigações, a menina estava agonizando após ser atingida com os cabos e também com chutes.

Ao dar entrada no hospital com sinais de agressão, a PM foi acionada. "Constatado o fato, a equipe seguiu até a residência da vítima, onde deteve a mãe e sua companheira, suspeitas das agressões, conduzindo-as até a 100ª DP", informou a corporação através de nota.

A mãe, identificada como Gilmara Oliveira de Farias, de 25 anos, e a companheira Brena Luane Barbosa Nunes, de 28, estão presas e devem responder pelo crime de tortura que tem pena prevista entre 2 e 8 anos de prisão, podendo ser agravada ainda em caso de lesões permanentes.

Para os investigadores, a mãe e a companheira dela ficaram no local e não prestaram socorro como forma de dar continuidade ao sofrimento físico e mental imposto à criança. O motivo das agressões ainda não foi informado.

A sogra da mãe da criança será responsabilizada por omissão diante das agressões. A reportagem tenta contato com a defesa das suspeitas.

Ao todo, oito pessoas já prestaram depoimentos. Além de Gilmara e Brenda, a polícia ouviu também a equipe médica do hospital responsável pelo atendimento da criança.

Estado grave

Devido ao estado de saúde, a menina precisou ser transferida para um hospital em Resende, cidade vizinha.

"A criança chegou a unidade com o estado de saúde delicado, e segundo relatos dos profissionais, a criança apresentava um quadro muito grave, em coma e com diversas lesões pelo corpo", informou a prefeitura de Porto Real.

A menina passou por uma tomografia e os profissionais constataram uma lesão neurológica muito grave.

"O estado da criança permanece muito grave, com quadro inalterado, com o prognóstico reservado, porém estável", concluiu a prefeitura.