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'Mata-leão' em professor ocorreu como contenção, dizem guardas à polícia

Naian Lopes

Colaboração para o UOL, em Pereira Barreto (SP)

26/04/2021 16h49

Os guardas civis metropolitanos de Ribeirão Preto (SP) que deram um golpe conhecido como 'mata-leão' em um professor de educação física, justificaram o uso da força física como forma de conter o homem. Os agentes relataram que Felipe Francisco tentou mordê-los durante a ocorrência e por isso tentaram imobilizá-lo. O caso aconteceu na sexta-feira (23), em Ribeirão Preto, a cerca de 312 km de São Paulo.

Em depoimento à polícia, os profissionais de segurança pública observaram que ele não seguiu as orientações. Segundo a GCM (Guarda Civil Metropolitana), o professor estava desrespeitando as regras de quarentena, isolamento social e utilizando espaço público para dar aulas remuneradas sem autorização da Prefeitura de Ribeirão Preto.

Além disso, os guardas acusam Felipe de infração de medidas sanitárias, desobediência e de desacato. Vídeos da confusão viralizaram nas redes sociais no sábado (24).

Nas imagens obtidas pelo UOL é possível identificar o professor discutindo com a equipe da GCM e, logo em seguida, sendo segurado por quatro agentes.

Em seguida, um dos guardas é visto dando um 'mata-leão' no jovem. O autor do vídeo também critica o excesso de força utilizado pelo profissional, mas a confusão continua por alguns minutos.

A versão de Felipe

Em depoimento à Polícia Civil, Felipe explicou que estava dando um treino individual de futebol e que não utilizava máscara porque estava praticando atividade física.

O professor explicou que pediu cerca de 20 minutos para encerrar a aula, mas não teve autorização, sendo surpreendido por um 'mata-leão'. As imagens não mostram o momento que as agressões tiveram início.

Ao UOL, Felipe lamentou a justificativa dos guardas envolvidos no episódio. "Isso é um absurdo. Não existe isso. Infelizmente, eles estão tentando inventar essas coisas para que eu saia como o errado."

Posicionamento da GCM

A GCM comunicou, através de nota, que o episódio está sendo analisado e que um processo administrativo será instaurado para apurar o comportamento dos agentes envolvidos no caso.

Porém, a corporação ressaltou que é preciso que os moradores de Ribeirão Preto sigam as regras impostas pelos decretos do município e do estado de São Paulo, não realizando aglomerações durante a pandemia.