Nova versão de Monique é 'peça de ficção', diz defesa de Jairinho
A defesa do vereador Dr. Jairinho (sem partido) classificou a carta escrita por Monique Medeiros como uma "peça de ficção". Em alguns trechos das 29 páginas, a mãe de Henry contou que o vereador a teria medicado na madrugada do crime e relatou ter sido orientada a mentir sobre o crime.
Na carta, Monique alegou ainda que mentiu à polícia e contou sua versão sobre o ocorrido no dia 8 de março. A professora detalhou ainda supostas agressões e revelou crises de ciúmes por parte de Dr. Jairinho, principalmente com Leniel Borel, pai da criança.
Procurado pelo UOL, o advogado do vereador, Braz Sant'Anna, disse que '"não há realidade no relato dela". O defensor acrescentou:
"Sem falar sobre a tese da defesa, o que somente farei após a denúncia, posso adiantar que a carta da Monique é uma peça de ficção, que não encontra apoio algum nos elementos de prova carreados aos autos".
Na carta, Monique Medeiros diz que foi "treinada por dias para contar uma versão mentirosa por me convencerem de que eu não teria como pagar por um advogado de defesa e que eu deveria proteger Jairinho, já que ele se dizia inocente".
Nova versão de Monique
Ao longo do texto, a professora escreveu que não merecia "estar sendo condenada por um crime que eu não cometi. Nunca acobertei maldade ou crueldade em relação ao Henry" e que nunca encostou "um dedo nele [Henry], nunca bati no meu filho, eu fui a melhor mãe que ele poderia ter tido".
Na semana passada, a defesa de Monique Medeiros já havia adiantado ao UOL de que a professora teria sido manipulada por Dr. Jairinho e que sofria humilhações por parte do vereador - principalmente por sua aparência. Na carta, a mãe de Henry disse que tentava "a todo custo" se afastar e se desvincular do parlamentar, mas que teria sido por "diversas vezes ameaçada, e minha família também".
Ainda na carta, Monique Medeiros relatou supostas agressões sofridas pelo namorado: "Lembro de ser acordada no meio da madrugada, sendo enforcada enquanto eu dormia na cama ao lado do meu filho". Este caso, também revelado com antecedência pelo UOL, teria ocorrido na casa da mãe da professora, em Bangu, na zona oeste da cidade.
Outra situação aconteceu, segundo Monique, no apartamento onde morava com Dr. Jairinho. No texto, ela conta que o vereador tinha acabado de chegar do trabalho quando ela decidiu contar sobre a sessão que teve com a psicóloga. Segundo a professora, ela falou que o Henry teria alta antes dela já que ele verbalizava bem e seria muito tranquilo o trabalho com o menino. No episódio, Monique diz que foi obrigada a tomar um medicamento para dormir por Jairinho.
Comecei a notar que nas minhas taças de vinho, sempre havia um 'pozinho' branco no fundo (...) Um dia fui ao banheiro e quando voltei, peguei ele macerando um comprimido dentro da minha taça.
A mãe de Henry detalhou ainda sua versão sobre o que aconteceu na madrugada do dia 8 de março.
"Entre 20:00 (aproximadamente) e 00:00 (aproximadamente), Henry acordou 3 vezes e eu fui colocá-lo para dormir novamente. Quando cansamos de assistir à série, por volta de 01:30 da manhã, disse para irmos ao quarto dormir. Ele [Jairinho] disse para irmos um pouco até o quarto de hóspedes para conversar um pouco", escreveu Monique.
De acordo com ela, após ligar a televisão e o ar-condicionado, Dr. Jairinho teria lhe dado dois medicamentos — Patz e Rivotril de 2 mg— algo que, segundo ela, já era costume acontecer. Na carta, ela afirma que não teve conhecimento do ocorrido naquela madrugada. De acordo com Monique, Jairinho a acordou e pediu para que ela fosse até o quarto do casal, pois Henry não estaria respirando bem. Segundo a mãe do menino, ela não imaginou que a criança estivesse morta.
De madrugada ele me acordou, dizendo para eu ir até o quarto, que ele pegou o Henry do chão, o colocou na cama e que meu filho estava respirando mal. Fui correndo até o quarto, meu filho estava de barriga para cima, descoberto, com a boca aberta, olhos olhando para o nada e pensei que tivesse desmaiado.
À polícia, o casal deu outra versão: a de que Monique havia encontrado e criança desacordada no chão e chamado Jairinho.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.