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Brasil teve 8 ataques em escolas nos últimos 10 anos; lembre casos

Ana Paula Bimbati

Do UOL, em São Paulo

04/05/2021 15h48Atualizada em 21/07/2021 15h02

Nos últimos dez anos, ao menos oito ataques violentos a escolas aconteceram no país, a exemplo do que foi registrado hoje na CEI (Centro de Educação Infantil) Pró-Infância Aquarela, em Saudades, a 446 km de Florianópolis (SC) (SC).

Por volta das 10h, um homem de 18 anos armado com um facão invadiu a creche municipal e desferiu golpes em crianças e adultos dentro do estabelecimento de ensino, segundo a Polícia Militar. A corporação confirmou ao menos cinco mortes, sendo três de crianças e duas mulheres.

O caso reacendeu rapidamente comparações com massacres como o de Suzano (SP) e no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro (RJ).

Mapa Saudades (SC) - Arte/UOL - Arte/UOL
Mapa Saudades (SC)
Imagem: Arte/UOL

Suzano, 13 de março de 2019

SUZANO - Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo - Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo
14.mar.2019 - Homenagem aos mortos no massacre em uma escola de Suzano (SP)
Imagem: Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Conhecido como o segundo maior ataque em escolas brasileiras, o massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), deixou dez mortos entre alunos e funcionários. As dezenas de tiros foram efetuadas pelos ex-alunos Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25, durante o recreio.

A escola deixava o portão aberto para comunidade, de modo que os jovens puderam acessá-la sem qualquer problema. Guilherme e Luiz tentavam imitar o massacre da escola de Columbine, no estado americano do Colorado, ocorrido em 1999, quando dois alunos assassinaram 13 pessoas e feriram 24.

Eles invadiram salas e deixaram 11 pessoas feridas, usando revólver calibre 38 e um machado. Depois dos disparos contra os alunos, Guilherme atingiu um policial à paisana e seu comparsa Luiz. Ao final, o jovem cometeu suicídio.

Medianeira, 28 de setembro de 2018

Em Medianeira, no interior do Paraná, um adolescente de 15 anos atirou contra colegas do 1º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual João Manoel Mondrone. Ele usou um revólver calibre 22 e estava com facas e duas bombas caseiras, que não chegou a usar.

O ataque deixou dois adolescentes feridos. Em vídeo divulgado antes do ataque, o adolescente disse que o caso não era culpa de "videogame, de livro, não é culpa de bosta nenhuma. É apenas culpa desses filhos da p***".

Para a polícia, ele contou que a motivação era bullying e tinha como alvo pelo menos nove alunos. Um outro adolescente de 15 anos foi seu comparsa. A dupla foi presa e cumpriu medida socioeducativa até 2019 - o que deu suporte até fevereiro e o atirador até maio.

O pai do garoto que estava com a arma também chegou a ser preso por porte ilegal de arma, mas foi liberado no dia seguinte do ataque após pagar fiança.

Janaúba, 5 de outubro de 2017

JANAUBA - PM-MG/Divulgação - PM-MG/Divulgação
Crianças de quatro anos morreram no ataque a uma creche registrado em Janaúba (MG)
Imagem: PM-MG/Divulgação

13 pessoas, entre crianças de 4 a 6 anos e funcionários, morreram após o segurança Damião Soares dos Santos, 50, incendiar o Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, em Janaúba (MG). O vigia trabalhava no local desde 2008 e não se sabe a motivação do crime que deixou mais de 40 feridos.

Ele estava de licença na data do ataque, mas disse que iria à creche para deixar um atestado médico. Ao entrar, jogou álcool em si mesmo, funcionários do local e nas crianças. Sobreviventes disseram na época que o segurança chegou a abraçar algumas crianças durante o ataque. Damião também morreu.

Goiânia, 20 de outubro de 2017

goyazes - Luciana Amaral/UOL - Luciana Amaral/UOL
20.out.2017 - Pais de estudantes e alunos da escola fizeram uma homenagem em frente ao Colégio Goyazes
Imagem: Luciana Amaral/UOL

Outro ataque motivado por bullying aconteceu no Colégio Goyases, em Goiânia (GO). Um adolescente de 14 anos tirou da mochila uma pistola calibre .40, que havia pegado de sua mãe e efetuou uma série de disparos contra os alunos.

O crime resultou na morte de dois estudantes e outros quatro ficaram feridos. O adolescente pretendia fazer outros disparos, mas ao tentar recarregar a arma foi convencido pela coordenadora do colégio a parar.

Ele foi apreendido e condenado a cumprir três anos de internação, ele foi liberado em maio do ano passado. Como o caso corre em segredo de Justiça, não se sabe porque ele foi solto cinco meses antes.

João Pessoa, 11 de abril 2012

A Escola Estadual Enéas Carvalho, em Santa Rita, região metropolitana de João Pessoa (PB), também foi palco de um ataque de violência. Um adolescente de 16 anos atirou contra três alunas.

Na época, o atirador disse à polícia que seu objetivo era atingir um outro aluno, que havia discutido, mas acabou acertando as alunas, que sobreviveram. O jovem foi apreendido.

São Caetano do Sul, 22 de setembro de 2011

Um aluno dez anos da Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, atirou contra uma professora e depois em si mesmo. O menino usava um revólver calibre 38, que pertencia ao pai, um guarda civil municipal.

A professora atingida sobreviveu, já o aluno faleceu horas depois no hospital.

Realengo, bairro do Rio de Janeiro, 7 de abril de 2011

realengo - Genilson Araujo/Parceiro/Agência O Globo - Genilson Araujo/Parceiro/Agência O Globo
Massacre em Realengo foi um dos maiores nas escolas brasileiras
Imagem: Genilson Araujo/Parceiro/Agência O Globo

Conhecido como um dos maiores massacres em escolas brasileiras, o ataque na Escola Municipal Tasso de Silveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro (RJ), deixou 13 mortos, incluindo o autor, um ex-aluno, Wellington Menezes de Oliveira.

O ex-aluno teria conseguido entrar na escola se passando por um palestrante, já que a escola comemorava seus 40 anos. Wellington teria levado duas armas. Antes de invadir as salas, ele chegou a cumprimentar uma professora.

Salvador, 28 de outubro de 2002

No colégio Sigma, em Salvador (BA), um jovem de 17 anos foi apreendido após matar duas alunas em uma sala. O autor usava um revólver calibre 38, que era de seu pai, um perito policial.

Segundo sobreviventes, o aluno teria feito os disparos porque não havia gostado da pontuação que recebeu em uma gincana. O jovem foi apreendido.