"Ouvi gritos de socorro", diz funcionária que socorreu criança esfaqueada
A agente educativa Aline Biazebetti, 27, estava envolvida nos afazeres domésticos na manhã de hoje quando passou a ouvir gritos que vinham do outro lado da rua, da creche Aquarela, onde ao menos cinco pessoas morreram esfaqueadas em Saudades (Santa Catarina).
"Era 8h, 9h. Estava em casa e escutei gritos de socorro. Quando sai para a rua vi as meninas da limpeza saindo pelo portão da frente, pedindo socorro: 'por favor liguem para a polícia que um cara entrou armado e está matando as crianças'", contou.
A agente educativa trabalha há cerca de um ano na escola, onde atua à tarde. "Poderia ter sido eu", disse.
Ao ver a cena, Aline diz que agiu no impulso e pegou uma das crianças e a levou até o hospital. "Ela estava com um corte na lateral do nariz e logo acima do lábio. Ela estava consciente e acho que sobreviveu", conta entre lágrimas.
A agente educativa explicou que o suspeito foi contido por outros quatro homens — momento que tentou se matar. Internado em Chapecó, o autor do atentado estava com quadro de saúde estável até a tarde de hoje.
Saudades tem população de cerca de 9.000 pessoas e fica na região de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina.
"Cena extremamente violenta", diz comandante dos Bombeiros
O ataque mobilizou duas equipes do Corpo de Bombeiros de Saudades e do município vizinho de Pinhalzinho. "Quando eles chegaram, se depararam com uma cena extremamente violenta, já com uma servidora e duas crianças em óbito no local, e ainda mais outros ocupantes da edificação que estavam feridos e o agressor, que já estava mobilizado pela Polícia Militar, já estava bastante machucado", explica o comandante dos Bombeiros, capitão Leonardo Ecco.
O oficial explica que o suspeito tentou agredir os socorristas enquanto era retirado do local. Seis bombeiros atenderam a ocorrência e, segundo Ecco, foram retirados da escala à tarde em virtude do que viram na creche.
Foi uma cena muito chocante para a equipe, muitos são pais e a equipe está abalada psicologicamente. Nossas equipes se preparam e treinam para atender da melhor maneira os piores cenários. Mas uma situação como essa, com brutalidade, vítimas inocentes e indefesas, isso mexe muito com o emocional deles. Então, eu conversei com todos, já substituímos na escala de serviço para rodar, para dar continuidade e vamos tratar eles agora, buscar todo o amparo psicológico para os profissionais que também sofrem um impacto muito significativo
Leonardo Ecco, comandante dos Bombeiros
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.