Human Rights cobra do MP apuração 'minuciosa' sobre operação que matou 25
Colaboração para o UOL
06/05/2021 19h20
A organização internacional de direitos humanos HumanRightsWatch pediu que o Ministério Público do Rio faça uma "investigação minuciosa e independente" sobre a operação da Polícia Civil que deixou ao menos 25 mortos na favela do Jacarezinho, Zona Norte da capital, hoje. Essa foi a ação mais letal da história do estado.
Entre os mortos no confronto está o policial civil André Leonardo de Mello Frias, que atuava na Dcod (Delegacia de Combate às Drogas). Ele é o 29º agente de segurança baleado e morto no Rio em 2021. De acordo com a secretaria, todas as outras 24 pessoas eram suspeitas. As identidades não foram divulgadas.
Além dos óbitos, ficaram feridos dois policiais e dois passageiros do metrô que estavam dentro de uma composição na estação de Triagem, na mesma região.
Operação no Jacarezinho (RJ) deixa dezenas de mortos
Denominada de Operação Exceptis, a ação de hoje foi capitaneada pela DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) e contou com o apoio de outras unidades, como a Core (Coordenadoria de Recursos Especiais). Também foram usados blindados e um helicóptero. Segundo os investigadores, traficantes vêm aliciando crianças e adolescentes para integrar a facção que domina o território. Entre os crimes praticados pelo grupo, estão o tráfico de drogas, roubo de cargas, roubos a transeuntes, homicídios e até sequestros de trens da Supervia.
O Human Rights Watch afirma que tem constatado "falhas graves" nas investigações de mortes causadas pela polícia no Rio. Entre outras medidas, a ONG ressalta que o MP deve assegurar que a polícia "preserve o local dos fatos, que os corpos das vítimas não sejam movidos ou retirados até completar a perícia no local, que toda a evidência seja recolhida com estrito cumprimento da cadeia de custódia e que as armas de suspeitos e da polícia sejam entregues de forma imediata aos peritos para o exame balístico".
Dados da organização mostram que no primeiro trimestre deste ano, a polícia do Rio matou 453 pessoas e ao menos quatro policiais morreram em ações policiais.