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Rio: Operação mira grupo miliciano suspeito de explorar imóveis na Muzema

Operação Caixa de Areia mira grupo suspeito de atuar na exploração de imóveis na região da Muzema, no Rio - Tânia Rego/Agência Brasil
Operação Caixa de Areia mira grupo suspeito de atuar na exploração de imóveis na região da Muzema, no Rio Imagem: Tânia Rego/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

10/05/2021 07h56Atualizada em 10/05/2021 11h59

A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpre na manhã de hoje oito mandados de busca e apreensão e bloqueio judicial de contas bancárias contra um grupo suspeito de atuar na exploração de imóveis na região da Muzema, na zona oeste da capital fluminense.

A Operação Caixa de Areia tem como alvo pessoas e empresas supostamente utilizadas para lavagem de dinheiro —quantia que pode chegar a R$ 12,4 milhões, de acordo com a polícia. A ação foi deflagrada pela Força-Tarefa de combate às milícias da Polícia Civil.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada. Os agentes apuram a lavagem de dinheiro de pessoas que atuavam como falsos empresários do ramo imobiliário ilegal na região da Muzema. Foi constatado ao longo de seis meses de investigação que os suspeitos movimentaram recursos incompatíveis com a capacidade financeira declarada, com ingresso de grande quantidade de dinheiro vivo em contas bancárias e utilização de empresas de fachada.

Com a deflagração da "Operação Caixa de Areia" espera-se obter provas a partir de apreensão de documentos, aparelhos eletrônicos e tornar indisponível o patrimônio dos suspeitos, informou a polícia.

Prédios desabaram em 2019

Em 2019, dois prédios desabaram na comunidade de Muzema, matando ao menos 15 pessoas. Uma unidade tinha cinco andares, e a outra, três. Cada andar tinha quatro apartamentos. Ambas eram construções irregulares, informou à época a Prefeitura do Rio.

Os imóveis teriam sido construídos pelo Escritório do Crime, grupo miliciano que era comandado é comandado pelo ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Especiais) Adriano Magalhães de Nóbrega, morto no início de 2020 em uma operação policial na Bahia.

Capitão Adriano, como é conhecido, é amigo do policial militar reformado Fabrício de Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.

A milícia também é investigada por ter participado do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março de 2018.