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Tenente-coronel do Exército atira em limpador de vidro em briga em semáforo

Discussão em semáforo acabou em tiro em Minas Gerais - Divulgação/Polícia Civil
Discussão em semáforo acabou em tiro em Minas Gerais Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Rodrigo Scapolatempore

Colaboração ao UOL, em Belo Horizonte

11/06/2021 11h09Atualizada em 11/06/2021 20h08

Um desentendimento por conta de um serviço de limpeza de para-brisa terminou com um lavador de carros baleado por um tenente-coronel do Exército, na tarde de ontem, no bairro Santa Cruz, região Nordeste de Belo Horizonte. Segundo a PM (Polícia Militar), o rapaz de 28 anos foi atingido por um disparo na perna depois de uma discussão.

A confusão começou quando ele jogou água no para-brisa do carro do tenente-coronel, que recusou a pagar pelo serviço. Uma enfermeira que passava pelo local pediu para que as pessoas anotassem a placa do carro. Segundo ela, o homem teve um sangramento arterial e entrou em choque. Uma viatura da Polícia Militar passou e o levou para o hospital, e o lavador não corre risco de morte.

O tenente-coronel fugiu do local, mas foi encontrado na casa da irmã. Ele entregou a pistola 9 mm à polícia e foi liberado.

No Boletim de Ocorrência, o militar contou que o jovem não aceitou a recusa de pagamento e o atingiu na cabeça com golpes de cabo de vassoura. Em seguida, o oficial sacou a arma para tentar intimidar o lavador, mas as ameaças de agressão não pararam, conforme o depoimento.

O militar disse, então, que decidiu atirar na perna do lavador de carros por estar fragilizado após ter sido submetido a uma cirurgia há pouco tempo.

O que disse o lavador

Ainda segundo o B.O., o lavador de carros confessou que desferiu o golpe de vassouras contra o militar após ele ter se recusado a contribuir financeiramente com o serviço prestado.

A PM informou que o homem foi encaminhado imediatamente para o Pronto Socorro do Hospital João XXIII. Ele segue internado, mas o quadro é estável e não há risco de morrer.

Testemunha

Sem se identificar, uma testemunha que estava no local contou aos policiais que, após a discussão e ameaças mútuas, o tenente-coronel decidiu abrir a porta do carro.

"Quando deparei com a cena, ele estava com uma arma de uma cor chumbo. Ele simplesmente mirou. Não estou aqui para julgar, mas parece que ele simplesmente sabia em qual artéria atirar. A vítima começou a sangrar e deitou na calçada", disse.

Exército e Polícia Civil se pronunciam

Em nota, o Exército Brasileiro informou que todos os fatos estão sendo apurados e que "as informações são checadas e devidamente tratadas com a seriedade e responsabilidade que a situação exige". O nome do militar não foi divulgado pela corporação.

O UOL entrou em contato com a Polícia Civil de Minas Gerais, que confirmou que a perícia compareceu ao local e a arma do tenente-coronel foi recolhida para devida análise.