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BA: Envolvido na morte de dupla entregue a traficantes após furto é preso

Bruno e Ian sentados no pátio do supermercado ao lado dos quatro pacotes de carne roubados Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Alexandre Santos

Colaboração para o UOL, em Salvador

30/06/2021 19h04

A Polícia Civil da Bahia prendeu nesta quarta-feira (30) um homem apontado como responsável por descartar os corpos de Yan Barros da Silva, 19, e do tio dele, Bruno Barros da Silva, 29, mortos em 26 de abril, após serem acusados de furtar pacotes de carne em uma loja do Atakadão Atakarejo, em Salvador. Segundo a polícia, a dupla foi entregue por seguranças do supermercado a traficantes, que torturaram e assassinaram os dois.

O suspeito, cuja identidade não foi divulgada, foi capturado no Complexo do Nordeste de Amaralina — comunidade vizinha ao supermercado e próxima ao local onde as vítimas teriam sido executadas por traficantes.

Segundo a investigação conduzida pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa em Salvador), Yan e Bruno foram entregues aos criminosos por seguranças do estabelecimento comercial.

No mesmo dia, os corpos de tio e sobrinho foram encontrados no porta-malas de um carro na comunidade da Polêmica, no bairro de Brotas. Ambos tinham marcas de tiro e sinais de espancamento. O veículo estava com placa clonada e havia sido roubado cinco dias antes.

Em maio, três seguranças do Atakadão Atakarejo e quatro homens apontados como traficantes já haviam sido presos suspeitos de envolvimento no caso.

A delegada Zaira Pimentel, titular da 1ª DH (Delegacia de Homicídios) Atlântico afirmou que as ações de inteligência foram fundamentais para a polícia encontrar mais um autor do duplo homicídio.

O UOL não conseguiu localizar a defesa do suspeito detido na ação de hoje, denominada Operação Retomada.

Mãe de Yan, a autônoma Elaine Costa Silva, 37, afirmou à reportagem ter tomado conhecimento da nova prisão por meio de uma emissora de TV local. Ela disse que sua expectativa é pela rápida conclusão do inquérito.

"Infelizmente, a gente tem que esperar pra ter certeza de que a polícia está pegando todo mundo mesmo. Eu só peço a Deus que isso acabe logo pra que quem fez isso com meu filho e o tio respondam perante a Justiça", declarou.

Procurado pela reportagem, o Atakadão Atakarejo disse que não comenta operações policiais, mas reiterou não tolerar atos de violência, "qualquer que seja a sua natureza".

A empresa afirma que continua colaborando com as autoridades.

"O Atakarejo entende que os fatos ocorridos no Nordeste de Amaralina são graves e precisam ser apurados o mais rapidamente possível, a fim de que os envolvidos respondam por seus atos. A empresa informa que diversas medidas já estão em curso visando aprimorar o enfrentamento do racismo estrutural e serão divulgadas em breve", disse em nota.

Agressão antecedeu mortes

Segundo versão de familiares apresentada dias depois do duplo homicídio, após serem flagrados por seguranças do estabelecimento, Bruno ligou para uma amiga pedindo R$ 700 para pagar os produtos que teria furtado com Yan. Em um áudio enviado à mulher, Bruno diz que "rodou" e admite que pegou a mercadoria.

À época, imagens gravadas pelo celular de uma testemunha mostram Yan sendo agredido dentro da área interna do supermercado.

Ao UOL, parentes de Yan confirmaram ser ele quem grita, "desesperado", ao ser agredido por um segurança do Atakadão. A cor da camiseta do homem do vídeo é a mesma que Yan usava quando foi fotografado após a abordagem dos seguranças.

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