Estudo: São Paulo passa a ter mais residências em prédios do que em casas
Em estudo divulgado hoje pelo CEM (Centro de Estudos da Metrópole), da USP (Universidade de São Paulo), identificou-se que, pela primeira vez, a cidade de São Paulo passou a ter mais residências formais em prédios (apartamentos) do que em casas.
O estudo foi conduzido por Eduardo Marques e Guilherme Minarelli, respectivamente diretor e pesquisador júnior do CEM, que analisaram o estoque imobiliário formal em São Paulo de 2000 a 2020, utilizando dados da Secretaria da Fazenda do município.
Em 2000, São Paulo possuía 1,23 milhões de imóveis residenciais horizontais (casas), totalizando 158 milhões de m². Já o número de imóveis residenciais verticais (apartamentos) era de 767 mil unidades, totalizando 108,7 milhões de m².
20 anos depois, em 2020, a balança, por margem mínima, se inverteu: 1,38 milhões de imóveis residenciais em São Paulo eram verticais, totalizando, 190,4 milhões de m², enquanto 1,37 milhões, totalizando 183,7 m², eram horizontais.
Segundo os pesquisadores, o processo de verticalização da capital paulista tem se acentuado pela construção de imóveis para as classes média e alta. "A cidade parece estar acelerando um processo de elitização das tipologias residenciais", observaram.
De acordo com os dados coletados, de 2000 até 2010, os m² de baixo padrão construídos em São Paulo superavam os de alto padrão. Daquele ano em diante, porém, as posições se inverteram.
O estudo ainda apontou que, em 2000, São Paulo se destacava pela construção de imóveis residenciais horizontais de baixo e médio padrão. Em meados de 2010, porém, quem assumiu o topo do ranking de registros foram os ascendentes residenciais verticais de médio padrão.
"A cidade parece ter passado nessas duas décadas por uma transição para uma predominância de tipologias residenciais verticais, sobretudo de padrões médio e alto", concluíram.
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