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Mulher de 43 anos descobre gravidez durante trabalho de parto, no Recife

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

02/08/2021 23h28

A diarista Simone Maria da Conceição, de 43 anos, foi levada às pressas, por conta de fortes dores, para a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da avenida Caxangá, na zona Oeste do Recife, e, somente após exame da equipe médica, descobriu que não apenas estava grávida, como a criança estava nascendo. O caso foi registrado na última quarta-feira (28).

Simone teve um quadro de dores abdominais e vômito. Por isso, a filha pediu ajuda a pessoas da ONG GRIS Solidário, na qual a mãe é voluntária, e a mulher foi levada à unidade de saúde. Joice Paixão, amiga de Simone e diretora da ONG, conta que a paciente chegou a receber analgésicos, mas as dores aumentaram.

"O médico que a atendeu inicialmente passou Buscopan e as dores só faziam aumentar. Ela pediu ajuda a uma voluntária da ONG para ir ao banheiro porque achava que tinha feito xixi na roupa, mas, na verdade, era a bolsa que tinha estourado. O médico trocou o plantão e veio outro examiná-la, quando disse que o líquido não era urina, que ela tinha perdido o tampão e estava em trabalho de parto", contou Paixão, em entrevista ao UOL.

A mulher foi transferida para o hospital Barão de Lucena, na zona Oeste, e o parto ocorreu antes mesmo da ficha dela ser preenchida, às 23h20. "Ela estava na maca, no corredor, e enquanto a acompanhante preenchia a ficha, o bebê nasceu. Foi um parto rápido", disse Joice Paixão.

Mãe e filho passam bem. O recém-nascido recebeu o nome de José Luz da Conceição. Nasceu com 3,76 quilos e medindo 51 centímetros. Simone recebeu alta, mas o bebê permanece internado porque apresentou um problema nos rins, que ainda está sendo investigado por um nefrologista pediátrico. O bebê está mamando normalmente.

A direção do Barão de Lucena informou que Simone já chegou ao hospital "em trabalho de parto avançado" e recebeu a assistência da equipe multidisciplinar de plantão. "A paciente saiu da UPA com encaminhamento para o Barão de Lucena, referência estadual em gestação de alto risco, por ter comorbidades e ter relatado aos profissionais da unidade que não havia realizado acompanhamento pré-natal", explicou o hospital por meio de nota.

Simone tem cinco filhos: uma filha de 22 anos, um filho de 19 anos, dois gêmeos de 15 anos e, agora, o bebê José Luz. Ela mora com os dois filhos adolescentes. A filha e o filho adultos já casaram e residem em outros imóveis. Os irmãos de José Luz estão ansiosos para conhecê-lo.

A mulher chegou a fazer dois testes de gravidez, que deram negativos, e achou ter entrado na menopausa quando parou de menstruar. "Nesse período ela teve covid-19 e chikungunya. Ela estava debilitada, com a pele amarelada devido a uma anemia, certamente pela falta de suplementação durante a gestação. Na quinta, iríamos levá-la ao médico para fazer uma ultrassonografia de abdômen total porque ela estava com um 'inchaço' na região no fígado", disse Paixão.

A diarista está desempregada devido à pandemia do novo coronavírus. Desde que a crise sanitária teve início no Brasil, no ano passado, ela perdeu as faxinas que fazia regularmente. A ONG GRIS Solidário pede doações para Simone e para o bebê para que a diarista consiga focar na recuperação dela e na amamentação do filho.

A diarista mora de aluguel e a ONG está preocupada porque neste período ela não vai poder trabalhar para pagar as contas. José Luz não tinha enxoval, mas ganhou um kit básico do projeto Barãozinho, desenvolvido pelo hospital Barão de Lucena. Em outra frente, a ONG GRIS Solidário faz uma campanha para arrecadar fraldas, roupas e outros itens básicos, além de alimentos para a mãe do bebê (saiba como ajudar).