Paraisópolis: Doria autoriza pagamento de indenização a famílias de vítimas
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), autorizou, na última quarta-feira (4), que o Estado pague indenização às famílias dos nove jovens mortos após uma ação da Polícia Militar na favela de Paraisópolis, uma das maiores da capital paulista, em dezembro de 2019.
Os valores e a data em que a indenização será paga não foram divulgados.
"A medida foi viabilizada após o trabalho em conjunto da Procuradora Geral do Estado, Maria Lia Porto Corona, e do Defensor Público-Geral, Florisvaldo Antonio Fiorentino Júnior, para realizar a triagem dos familiares que podem receber a indenização", informou o governo paulista, em nota.
O Palácio dos Bandeirantes informou ainda que o Cravi (Centro de Referência e Apoio à Vítima), da secretaria de Justiça e Cidadania, a Defensora Pública e a secretaria estadual de Desenvolvimento Social ofereceram atendimento psicossocial e jurídico aos sobreviventes e às famílias das vítimas.
Na última quinta-feira (29), a Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra 12 policiais militares acusados pelo Ministério Público de homicídio doloso (com intenção de matar), triplamente qualificado, pela morte dos jovens.
A tragédia
O "Baile da DZ7" é um tradicional baile funk da comunidade de Paraisópolis que costuma acontecer aos finais de semana. No dia 1 º de dezembro de 2019, a PM foi acionada para dispersar a festa e empregou, ao todo, 31 agentes na operação.
Testemunhas e moradores relataram à época que os PMs lançaram bombas de gás lacrimogêneo e agrediram os participantes do evento, o que teria causado um tumulto no momento da dispersão.
Parte dos jovens, ainda segundo moradores e testemunhas, teria sido encurralada em uma viela da comunidade. Alguns caíram no chão e teriam sido pisoteados. Atestados de óbitos de quatro dos nove jovens apontaram morte por asfixia e trauma na coluna.
A versão da PM é que agentes estavam fazendo a dispersão do baile quando dois homens em uma motocicleta teriam atirado contra os policiais. Os PMs dizem que os supostos criminosos correram para dentro do baile e causaram o tumulto.
* Com informações da reportagem de Leonardo Martins, do UOL, em São Paulo
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