Fogo segue destruindo florestas no MS; incêndios têm alta de 6% em 2021
O ano de 2021 sofre uma alta de 6% em número de incêndios em relação mesmo período do ano passado, no Mato Grosso do Sul. Somente no dia de ontem, o Corpo de Bombeiros registrou 38 novas ocorrências ativas. Já são 4.029 incêndios, contra 3,8 mil em 2020 (até 22 de agosto) e o Pantanal Sul é a região que mais vem sofrendo com as chamadas.
Há vários dias, incêndios florestais vêm acometendo a região. Para controlar as chamas, o Corpo de Bombeiros tem conseguido reforços com militares, usado aeronaves e apoio de propriedades rurais.
"Hoje adentramos no quarto dia de combate, temos 43 bombeiros militares em 10 viaturas com apoio de duas aeronaves realizando o combate na região. [...] Entretanto, a velocidade do vento, a alta temperatura e a baixa umidade relativa do ar têm propiciado o aparecimento de novos focos de incêndio", disse o tenente-coronel Fernando Carminati, em vídeo enviado ao UOL. Ele comanda a operação Portal do Pantanal, em Porto Murtinho.
"Estamos vivendo um momento muito difícil, muito sério, muita destruição; queimando casa, gado, queimando tudo. E secando os açudes", lamentou o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra (PSDB), ao anunciar que decretou estado de emergência na cidade.
Ontem, além da operação Portal do Pantanal, foram realizadas mais quatro operações pelos bombeiros para combater as chamas, duas delas foram do Pantanal: nas margens do Rio Verde em Água Clara (MS) e na reserva particular Cisalpina, em Brasilândia (MS). Em Corumbá, na localidade de Paraguai-Mirim, um grande incêndio foi controlado e a cidade de Bela Vista, na fronteira com o Paraguai, vive uma situação crítica.
"É a situação mais crítica atualmente, da presença do fogo em Mato Grosso do Sul, [...] com a vegetação muito seca facilitando a propagação dos incêndios", declara a tenente-coronel Tatiane Dias.
Na manhã de hoje, em Corumbá, os bombeiros se deslocaram até uma área próxima ao Frigorífico Caiman, que faz abate e comercializa carne de jacaré, onde houve registro de muitos focos de incêndio. Além disso, a cidade amanheceu com uma densa nuvem de fumaça, potencializada pelos incêndios na Bolívia.
Socorro
O Governo Federal anunciou repasse de R$ 8,6 milhões para ações de combate a incêndios florestais no Mato Grosso do Sul pelos próximos 90 dias. Os recursos serão destinados a sete cidades - Aquidauana, Bodoquena, Bonito, Corumbá, Jardim, Miranda e Porto Murtinho.
"Esses recursos que estamos liberando hoje vão possibilitar uma atuação mais forte no Mato Grosso do Sul pelos próximos três meses, de maneira a diminuir os danos ambientais e materiais decorrentes dessas queimadas", destaca o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Até o momento, as ações de combate, prevenção e monitoramento dos focos de calor no estado estão sendo desenvolvidas pela Operação Hefesto há 53 dias no Pantanal, com base em Corumbá. Uma Sala de Situação foi instalada no Centro de Proteção Ambiental, em Campo Grande, e realiza monitoramento diário por satélite dos focos de calor.
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