Casal faz jejum de fast-food e comemora casamento em lanchonete no CE

Bruno Pereira Lobato, de 22 anos, e Bruna da Silva Santos Lobato, de 28 anos, ficaram cerca de oito meses sem consumir fast-food com um único objetivo: fazer a festa de casamento dar certo. Os dois, que moram em Fortaleza, no Ceará, quebraram o jejum ainda no dia da oficialização, quando foram de véu, grinalda e terno até uma lanchonete da capital celebrar com os amigos a união e o fim da dieta.

"Nós ficamos noivos em setembro do ano passado e tínhamos que nos organizarmos para fazer a festa. Desde o início vinha sendo um passo de fé, porque não tínhamos recursos para custear o casamento e ainda tinha a pandemia", contou Bruno ao UOL.

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O jejum veio como uma promessa para que a festa se concretizasse, já que os planos da oficialização tiveram que ser adiados devido às medidas sanitárias contra a covid-19 no Estado. Em janeiro, quando iniciaram a nova dieta, o Ceará passava da marca de 10 mil mortes em decorrência da doença e festas, shows e eventos sociais estavam proibidos, por meio de decreto, pelo governo.

"A gente deixou de tomar de refrigerante, salgado, pizza, hambúrguer, chocolate", conta Bruno. Os dois, que frequentam um grupo de jovens da Igreja, contaram que o grande desafio após a decisão veio quando encontraram os amigos nas reuniões. "Uma coisa que a gente faz muito é sair para comer. Todo mundo comendo pizza com coca cola, e nós estávamos ali sem nada."

Bruno diz que começou, inclusive, a recusar os encontros por conta do jejum. "Realmente mudou muito a rotina. A gente deixou de sair só para evitar o desafio". De acordo com ele, o casal chegava a tomar de três a quatro refrigerantes por semana.

Apesar de estarem de jejum, o casamento, realizado no dia 14 de agosto, não deixou de contar com guloseimas - que não foram consumidas pelo casal. "Foi muito engraçado porque já no casamento tinha os salgados e nós optamos por não comer. A gente só veio comer mesmo depois da festa."

Os Bubus, como são conhecidos pelos amigos, partiram para uma lanchonete para comer o que mais sentiam falta: "uma pizza de calabresa e um refrigerante bem gelado".

"A gente vinha no caminho com todo mundo buzinando, fazendo zoada. Quando chegamos lá, descemos vestidos com as roupas do casamento e todo mundo começou a gritar. Foi muito legal", relembra.

O jejum do chocolate também foi quebrado no mesmo dia, já que o casal foi presenteado por um amigo com um petit gâteau, um bolo de chocolate com recheio cremoso servido com sorvete.

Ainda que experiência tenha sido desafiadora para o casal, Bruno diz que ela provocou mudanças na rotina.

"Era muito difícil dizer não para essas coisas. Eu não conseguia ficar sentado sem comer. Hoje, para mim, está sendo mais fácil dizer não. E tudo isso também me fez aprender a valorizar mais o suco. Eu troco um refrigerante por um suco mais fácil e com todo o prazer."

Entretanto, Bruno confessa que, na lua de mel, que aconteceu em seguida em Arraial do Cabo (RJ), ele e a mulher optaram por comer tudo o que tinham direito. "Lá a gente só comeu fast-food. Só duas vezes que comemos um almoço inteiro e depois uma macarronada", finaliza.