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'Faraó dos bitcoins' é flagrado com picanha e celulares em cela

Material encontrado na cela de Glaidson Acácio dos Santos, o "faraó dos bitcoins" - Divulgação/Seop
Material encontrado na cela de Glaidson Acácio dos Santos, o "faraó dos bitcoins" Imagem: Divulgação/Seop

Do UOL, em São Paulo

28/09/2021 21h35Atualizada em 28/09/2021 22h12

Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, conhecido como o "faraó dos bitcoins", será transferido para uma penitenciária de segurança máxima depois que uma vistoria da Superintendência de Inteligência (SISPEN) encontrou picanhas cruas, linguiças e quatro celulares na cela do investigado, na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Rio de Janeiro. O episódio provocou a exoneração de três gestores da unidade prisional.

A presença de material proibido na unidade prisional chegou à Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) pelo Disque Denúncia. Além de Glaidson, um outro detento da ala, suspeito de estar envolvido na entrada ilegal dos itens, também será levado para a penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1), até que sejam concluídas a investigação da Corregedoria.

Diretor, subdiretor e o chefe de segurança da Cadeia Joaquim Ferreira de Souza serão exonerados, informou a Seap em nota enviada ao UOL.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa de Gladison, bem como o advogado Thiago Minagé, apontado como seu representante, para posicionamento sobre o episódio, mas até o momento, não houve resposta. O espaço segue aberto para esclarecimentos e será atualizado tão logo haja manifestação.

Novo Egito

Preso em operação da Polícia Federal no Rio de Janeiro em 25 de agosto, Glaidson Acácio dos Santos é dono de ao menos quatro empresas que, juntas, somam R$ 136 milhões em capital social.

Ele é suspeito de operar um milionário esquema de pirâmide financeira. Segundo as investigações, o empresário prometia lucros de até 10% ao mês nos investimentos em bitcoins. Segundo a investigação, a empresa G.A.S. não investia em bitcoins e os lucros seriam pagos a clientes através da entrada de capital de outras pessoas atraídas pela proposta de investimento. A companhia nega fazer operações ilegais e tem inventário de criptomoedas.

Segundo a PF, a suspeita é de que Glaidson tenha movimentado cifras bilionárias nos últimos seis anos. A maior movimentação aconteceu nos últimos 12 meses.

Das quatro empresas no nome dele, duas estão cadastradas em Cabo Frio — que ficou conhecida como "Novo Egito" devido à forte presença do esquema de pirâmides na região.

A G.A.S Consultoria & Tecnologia LTDA foi aberta em 2015 e tem capital social estimado em R$ 75 milhões, de acordo a Receita Federal. Uma segunda empresa, também de Cabo Frio, teria capital social de R$ 60 milhões e foi aberta em 2019. Outras duas possuem o endereço de Barueri, na Grande São Paulo.