Vereador é preso suspeito de amarrar mulher em árvore e agredi-la, em MG
O vereador Adva Avelino da Silva, do PSD, foi preso em Serranópolis de Minas (MG), suspeito de amarrar a mulher em uma árvore para agredi-la. A vítima, de 37 anos, pediu uma medida protetiva contra o político, que está sendo investigado por tentativa de homicídio. O UOL entrou em contato com a defesa, que negou as acusações.
O caso foi registrado em 23 de setembro, e a prisão aconteceu ontem (29). Segundo a Polícia Civil, o parlamentar fugiu da casa onde as agressões ocorreram e só foi encontrado ontem, em um imóvel afastado da cidade. No local, foram encontrados R$ 10.850 em espécie, que seriam usados por ele para continuar a fuga.
Em vídeo feito pelo advogado da vítima, ela conta como teria sido a agressão. "Ele pegou a corda e me puxou, passou a corda aqui [diz ela apontando para uma árvore]. Eu falei: 'Me solta, moço, solta, não me mata, não'. Aí eu consegui puxar a corda, se não tivesse conseguido, teria morrido", relata.
O UOL opta por não divulgar vídeos de violência explícita contra a mulher.
Ao UOL, o advogado da vítima afirma que o casal havia desfeito a união estável em 2019, mas acabou reatando. No entanto, o relacionamento continuou conturbado e ela chegou a conseguir uma medida protetiva contra o marido.
"Esse ano entrei com uma execução para que ele deixasse a casa e pagasse os alimentos atrasados. A decisão judicial saiu há poucos dias. Enviei para ela e ela informou o marido. Ele falou: 'Se eu tiver que sair da casa e pagar pensão, mato você e seu advogado. Na quinta pela manhã, ela me mandou uma mensagem pelo telefone da filha pedindo socorro", contou o advogado Fabio Silva Nunes, responsável por acionar a polícia no dia da agressão
A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar a tentativa de homicídio e declarou que pediu a prisão preventiva de Adva, deferida pela Justiça da cidade vizinha, Porteirinha. Segundo o delegado André Brandão, o motivo da prisão foi o fato de Adva ter tentado matar a mulher "por ciúme".
"Ele proibiu que ela acessasse a rede social Facebook e, tendo em vista que ela não obedeceu, amarrou a esposa em uma espécie de enforcamento, a pendurando em um pedaço de pau na árvore e a arrastou pelo terreno, deixando marcas no pescoço, nas costas, todas atestadas por exame pericial", afirmou o delegado.
Em nota, o PSD informou que "tomou conhecimento do fato pela imprensa e repudia qualquer tipo de violência, principalmente contra mulheres e que irá acompanhar de perto as apurações".
Segundo Cassio Medrado, assessor da Câmara Legislativa da cidade mineira, todos que conhecem o vereador "foram pegos de surpresa" pelas denúncias. "A gente está aguardando a Justiça se manifestar para que a gente possa se posicionar para quais trâmites iremos tomar a partir de agora", afirmou.
"Se for confirmado algum fato grave, ele pode perder o cargo", concluiu Medrado. O UOL conversou com o advogado do vereador, Karom Kaiquy Gomes Amaral, que refutou as acusações e afirmou que Adva é inocente.
"Os fatos colocados não são verdadeiros. Eles não foram apurados da forma correta e, durante o procedimento, a defesa tem a plena convicção de que irá provar que o Adva é inocente. Os fatos não aconteceram de acordo com o que foi narrado pela polícia".
Sobre o dinheiro em espécie encontrado, Amaral diz que o valor não estava destinado a uma possível fuga. "Além de ser vereador no município, ele também é lavrador e possui uma área rural. O dinheiro era para fazer a quitação de alguns bovinos que ele tinha adquirido". Ele conclui dizendo que a defesa "irá provar o que de fato aconteceu".
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