Professor acha revólver dos anos 1970 enterrado em praia do litoral de SP
Um professor universitário que tem como passatempo usar detector de metais para encontrar objetos enterrados na areia das praias de Santos e Ilhabela, no litoral de São Paulo, fez um achado que espantou até mesmo a polícia. Ele encontrou uma arma, um revólver dos anos 70, enterrado sob a areia, na faixa rasa do mar.
Pela aparência e as condições do metal do revólver, um INA Tigre calibre 32, Eduardo Henrique Gomes, de 47 anos, acredita que a arma deve ter sido lançado ao mar na praia do Gonzaga, em Santos, há cerca de um ano.
Ao achá-lo na sexta-feira (22), não havia sinais de corrosão e as peças estavam intactas, o que significava que quem o encontrasse poderia facilmente remontá-lo.
"Na hora percebi a gravidade da situação", afirmou Gomes, professor do Curso Superior de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal de São Paulo. Ele contou ao UOL que jamais esperava que um dia fosse encontrar uma arma em suas expedições em busca de metais.
Ter encontrado a arma foi uma grande surpresa. Se alguém mal-intencionado a encontrasse antes de mim, poderia agora estar usando-a em assaltos ou coisa ainda pior. Foi por essa razão que imediatamente liguei para a polícia
Para o professor, que tem mestrado em Engenharia da Computação, o detectorismo é um passatempo, uma "terapia", uma forma que encontrou para se desestressar.
Após assistir a vários vídeos sobre a prática, Eduardo se interessou tanto que, em 2020, ao voltar de uma viagem a Nova York (EUA), trouxe com ele um detector de metais Nokta Makro Simplex na bagagem.
A partir daí o professor, que mora em Santos, mas possui casa em Ilhabela, passou a fazer expedições em busca de metais nas praias do litoral paulista. Ele já encontrou medalhas, brincos, talheres, ferramentas, uma aliança de ouro, moedas e até miniaturas de carros. Mas nada de grande valor.
Eu bem que queria achar um Rolex perdido por aí (risos). Mas encontrar uma arma simplesmente era uma coisa que não passava pela minha cabeça. Esse tipo de detecção não é comum. Aliás, é uma situação bem rara
Pico da maré vazante
Eduardo chegou à praia do Gonzaga por volta das 9h. No dia anterior, verificou o horário exato de pico da maré vazante, que deveria ocorrer por volta das 9h45. Ele conta que, ao chegar, caminhou um pouco, ligou o equipamento, calibrou e começou a fazer as buscas.
Primeiro encontrei dois lacres de refrigerante. Depois, de repente, o aparelho começou a me mostrar uma leitura muito diferente e a apitar também de forma diferente. Havia algo grande ali, achei que fossem talheres. Tive bastante dificuldade para cavar, o objeto estava a uma profundidade maior do que imaginava. Quando vi que era uma arma, juntou gente, foi uma confusão. Decidi então ligar para a polícia
Para atender ao chamado do professor, a Polícia Militar enviou 5 viaturas à praia do Gonzaga, em Santos. Ele seguiu com os policiais em uma delas, até o 7º DP, onde contou toda a história a dois investigadores e o escrivão. Um B.O. foi registrado para noticiar o encontro da arma de fogo.
O revólver foi encaminhado para a perícia da Polícia Civil, para que o número de registro seja checado. Como se trata de um modelo antigo, a numeração estava marcada na coronha e não na lateral da arma, como é feito hoje.
A INA (Indústria Nacional de Armas) se destacou na produção de equipamentos que se tornaram bem populares no Brasil, como a conhecida série dos revólveres "Tigre", baseados no design norte-americano dos revólveres Smith & Wesson norte-americanos, modelo 10. Esse tipo de arma foi utilizado durante décadas pela polícia dos EUA.
No que se refere à qualidade dos materiais empregados e do acabamento, os revólveres da INA foram os únicos produzidos no Brasil que podiam ser comparados aos fabricados pela Taurus e pela Amadeo Rossi, cujas fábricas ficavam no Rio Grande do Sul. No mercado legal de armas, um INA Tigre 32 pode custar em torno de R$ 5 mil.
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