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RJ: Vereador acorda médicos em UPA e é acusado de ameaçá-los com arma; veja

Do UOL, em São Paulo

13/11/2021 14h59Atualizada em 16/11/2021 14h23

O vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PSD) publicou em suas redes sociais vídeos de uma suposta ação de fiscalização em que ele acorda médicos durante um plantão na UPA de Magalhães Bastos, zona oeste da cidade. Um dos médicos acusa o vereador de ter feito ameaças com arma de fogo e invadido a unidade com seguranças que também estavam armados.

A Secretaria Municipal de Saúde afirma que, segundo a direção da UPA, o vereador e sua equipe entraram armados na unidade por volta das 4h na madrugada desta sexta-feira (12). "Não havia pacientes para serem atendidos na sala de espera, e o médico estava no seu horário de descanso e poderia ser acionado a qualquer hora, caso algum paciente desse entrada na unidade", diz.

Os plantonistas têm direito a descanso caso não haja paciente aguardando atendimento.

Após uma reportagem exibida na TV Globo, o vereador publicou novo vídeo em que se defende, dizendo que havia pacientes esperando. No vídeo gravado por ele, porém, só aparece uma mulher sentada em uma sala e não é possível dizer se se tratava de paciente ou acompanhante, por exemplo.

Vereador nega ameaça e diz que médico estava errado

O vereador nega que estivesse armado e diz que não houve ameaça. Ele afirma também que foi alvo de ofensas por parte do plantonista.

"[O médico estava] sem blusa, dormindo, desrespeitou o povo, me desrespeitou, me ofendeu e deixou a população desassistida. E ainda acha que está certo. Abandona seu serviço para ficar dormindo. Não vamos deixar passar isso", afirmou Monteiro.

O vereador também mostrou no vídeo o que seria um livro-ponto com supostas falsificações, em que os médicos assinariam o horário de saída antes de completar o expediente.

'Clima de terror', diz médico

Em entrevista à TV Globo, o médico, que não quis ser identificado, afirmou que houve violência e ameaça por parte do vereador.

"Fui tirar a minha hora e meia, minhas duas horas de descanso, quando nós fomos abordados, [ele estava] batendo na cama, batendo no quarto dos médicos, com uma total falta de respeito. Eu nunca imaginei na minha vida ser acordado por pessoas armadas do meu lado. Nunca imaginei passar por esse clima de terror", disse o plantonista.

O UOL não conseguiu contato com o médico.

MP diz que vai investigar

O Ministério Público do RJ declarou que pediu a instauração de inquérito policial "para verificar a existência de irregularidades e possível prática de crime".

O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro declarou que defende a realização de fiscalizações que seguem ritos e normas. "O Cremerj repudia atitudes ofensivas, intimidadoras e violentas durante as vistorias, já que as mesmas são totalmente incompatíveis com as fiscalizações." O Conselho afirmou ainda que, em casos de irregularidades nas unidades de saúde, as denúncias devem ser feitas à entidade.

A reportagem entrou em contato com a Câmara de Vereadores, mas não obteve retorno.

Vereador tem histórico de conflito em fiscalizações

Gabriel Monteiro foi eleito em 2020 com a bandeira de fiscalizar os serviços públicos na cidade. Ele costuma publicar vídeos das ações e usa a prerrogativa de vereador para ter acesso a diversas repartições públicas.

Em março, Monteiro e seus assessores entraram em uma unidade de saúde no Leblon, zona sul, inclusive em uma área com cerca de 20 pessoas internadas com covid-19, usando equipamentos sem higienização, como o celular.

Em abril, o vereador discutiu com médicos no hospital Albert Schweitzer, em Realengo.

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