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Quem foi o advogado que fez doação milionária a hospital em SP

Icesp deve ganhar nova fachada ainda em dezembro após doação milionária de advogado - Reprodução/Facebook
Icesp deve ganhar nova fachada ainda em dezembro após doação milionária de advogado Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

02/12/2021 13h30Atualizada em 02/12/2021 17h17

Antes de morrer, aos 72 anos, em 2012, o advogado Orlando Di Giacomo Filho deixou uma doação milionária para dois hospitais em prol do tratamento e pesquisa do câncer. Ele foi acometido por um tumor no pulmão e conviveu com a doença durante três anos. A fachada do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) será reformada neste mês com parte do montante de R$ 8,2 milhões, deixado por Di Giacomo.

O advogado passou a se interessar pela oncologia durante o tratamento do próprio câncer, conforme informou o jornal O Estado de S.Paulo. Ele não tinha filhos e, por isso, resolveu deixar parte da herança com dois hospitais: o Icesp e o Sírio Libanês, onde realizou o tratamento para a doença.

di giacomo - Divulgação - Divulgação
Orlando Di Giacomo Filho morreu em 2012
Imagem: Divulgação

Orlando Di Giacomo Filho se formou em direito pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Na época, ele não vinha de uma família de advogados e foi filho único, mas conseguiu o primeiro emprego na área jurídica, onde se manteve. Em entrevista ao Cesa (Centro de Estudos das Sociedades de Advogados), entidade que fundou e foi o primeiro presidente, ele contou que fez um concurso, passou e se tornou escrevente. "Adquiri muita experiência em processos", disse, em 2007.

Na época da faculdade, ele se interessou pela advocacia empresarial e queria trabalhar em algo que pudesse conciliar o gosto pela língua inglesa e pelas grandes organizações. Com isso, acabou entrando no Demarest & Almeida Advogados, inicialmente como advogado. Ele era o sexto a integrar o grupo do recém-formado escritório, que hoje conta com centenas de profissionais em filiais no Rio de Janeiro, Brasília e Nova York, nos Estados Unidos.

Mais tarde, ele mudou de área e começou a atuar como responsável pela seleção, contratação e treinamento dos estagiários de direito. Por lá, Di Giacomo trabalhou por 47 anos.

Fundação do Cesa

Durante a carreira, ele fundou e foi o primeiro presidente do Cesa. Além disso, ele também ingressou em diferentes cargos na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), como o de presidente da Comissão de Sociedade de Advogados, da Comissão Especial de Defesa da Advocacia contra a Invasão do Exercício Profissional e da Comissão de Revisão da Consolidação da Legislação Estadual.

Di Giacomo chegou a ser homenageado no ano de sua morte, durante a comemoração dos 30 anos do Cesa. Segundo o Migalhas, veículo direcionado a notícias jurídicas, o advogado Décio Policastro, afirmou que "graças ao carisma, simpatia, lealdade e desinteressado ideal de união entre os colegas, o Dr. Orlando conseguira fazer nascer o Cesa".

"Não fosse ele, a entidade, começada com uma dezena de escritórios convidados a compartilharem da ideia, não teria frutificado e atingido a respeitabilidade e o sucesso atual de contar com o expressivo número de mais de mil associadas, distribuídas nas seccionais de vários Estados. Tal feito é, sem dúvida, motivo de respeito, elevada admiração e reconhecimento dos advogados", disse em fevereiro, durante celebração.

O advogado morreu em 11 de setembro de 2012 e deixou no testamento o desejo de contribuir com o Icesp, um dos maiores centros de oncologia da América Latina. A doação só foi concretizada em 2019, após o inventário de Di Giacomo ficar pronto. Na ocasião, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), celebrou: "Não importa o tamanho da sua doação, importa o gesto. Isso eleva a condição humana, pois você deixa um legado, seja para a saúde, para a educação ou outras áreas".