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Ex-vereador suspeito de matar esposa grávida de 8 meses é preso na Bahia

O ex-vereador George Passos Santana e a biomédica Jéssica Regina Macedo Carmo - Reprodução/Redes Sociais
O ex-vereador George Passos Santana e a biomédica Jéssica Regina Macedo Carmo Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Alexandre Santos

Colaboração para o UOL, em Salvador

11/02/2022 19h28Atualizada em 11/02/2022 22h11

O ex-vereador George Passos Santana, 41, suspeito de matar a esposa grávida de 8 meses com um tiro de espingarda calibre 22, em Santo Estevão (BA), teve prisão temporária decretada na tarde de hoje, em Feira de Santana, cidade vizinha.

Jéssica Regina Macedo Carmo, 31, levou um tiro nas costas no dia 5 de fevereiro. Santana, que acabou liberado no mesmo dia, alega que o disparo foi acidental. Familiares da biomédica rechaçam a versão. O mandado de prisão temporária contra Santana foi expedido após análises de provas e depoimentos colhidos ao longo da última semana.

Segundo a Polícia Civil, o ex-vereador foi encaminhado para a sede da 1ª Coorpin (Coordenadoria Regional de Polícia do Interior), em Feira de Santana e passou por exames de corpo de delito. Lá, também prestou novos esclarecimentos antes de ser conduzido ao sistema prisional.

"Embora ele tenha alegado inicialmente que o tiro teria sido acidental, após análises das provas, o ex-vereador foi colocado como suspeito do crime", diz em nota a Polícia Civil.

Ao UOL, Zenilda Pereira, 49, tia de Jéssica, disse que a família agora aguarda com expectativa a conclusão do inquérito policial e posterior condenação do ex-vereador. "Espero que seja feita justiça e que ele vá a júri popular. O que a gente busca é isso. Tomara que ele fique preso por bastante tempo para pensar no que ele fez", disse.

Advogado diz que prisão é injusta

O advogado Vinícius Dantas, que atua na defesa de George Santana, afirmou ao UOL que recorrerá da decisão para que ele possa responder em liberdade. "Ainda estamos tentando acessar o teor do pedido de prisão. Vamos analisar a decisão e tomar as medidas cabíveis para restabelecer a liberdade de George. Entendo ser um medida injusta, já que ele se apresentou à autoridade policial. Além disso, a polícia tem o HD com as imagens solicitadas e que mostram se tratou de um acidente", declarou.

"Não há motivo fidedigno para ele estar preso no momento, uma vez que se mostrou colaborativo e à disposição. Entendo que não cabe a prisão temporária", reiterou o advogado.

Suspeita de feminicídio

O delegado Roberto Leal, responsável pelo caso, afirmou, na época do crime, que não descartava nenhuma linha de investigação, dentre as quais a de um possível feminicídio.

Em depoimento pouco depois da morte de Jéssica, Santana alegou que a arma disparou acidentalmente durante uma discussão do casal. O ex-vereador contou que estava em uma área externa da casa quando a biomédica o teria chamado no quarto. Segundo ele, a esposa segurava a espingarda e questionava se ele a trairia.

Nesse momento, ele teria tentado desarmá-la. O suspeito narrou que o projétil a atingiu nas costas, na altura do pulmão. Jéssica foi foi levada por ele a um hospital, onde chegou a ser submetida a um parto de emergência — mãe e bebê não resistiram e morreram.

Santana se apresentou espontaneamente à DH (Delegacia de Homicídios) de Feira de Santana, responsável pelo plantão de ocorrências da região. Ele acabou liberado em seguida.

Também conhecido como George Breu, o ex-vereador atuava até então como chefe de gabinete da Prefeitura de Santo Estevão. Após a repercussão do caso, ele foi exonerado do cargo. O PT (Partido dos Trabalhadores) suspendeu sua filiação até a elucidação dos fatos.