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Petrópolis: Risco de deslizamento permanece com chuvas brandas, diz geólogo

16/02/2022 10h01Atualizada em 16/02/2022 20h56

A tragédia em Petrópolis, que já matou pelo menos 94 pessoas nesta terça-feira (16), pode piorar. O geólogo Pedro Luis Cortês participou do UOL News nesta manhã e alertou que o risco de agravamento da situação permanece, mesmo que as próximas chuvas sejam mais fracas.

"Gostaria de lembrar que alertas permanecem, sob risco de inundação e risco geológico. A situação de risco permanece mesmo diante da previsão de chuvas mais brandas. A região está encharcada e o risco permanece", alertou Pedro.

O geólogo também explicou por que Petrópolis é tão suscetível a deslizamentos causados por fortes chuvas.

"Deslizamentos acontecem na Região Serrana porque a profundidade do solo é pequena. Quando há chuva, o solo fica hidratado. E a face rochosa funciona como superfície de escoamento desse solo para áreas mais baixas. Por isso políticas públicas precisam ser constantemente atualizadas", informou Pedro.

Tragédias causadas por chuvas têm sido recorrentes no Brasil. Recentemente aconteceram grandes problemas graves nas regiões Nordeste e Sudeste. Segundo Pedro, o governo federal não contribui para que as consequências disso sejam reduzidas.

"Estamos com um governo que nega mudanças climáticas e vem reduzindo a verba destinada para prevenção de acidentes como esse. Temos um governo federal que joga contra políticas preventivas", analisou Pedro.

Ele também destacou a necessidade de uma política nacional de habitação para que as pessoas saiam de zonas de risco de deslizamento.

"Precisamos de uma política integrada para remoção de quem vive em área de risco. É necessário ter política habitacional. As pessoas não vão morar em área de risco porque desejam. Vão por falta de opção. E essas pessoas precisam ser tratadas com dignidade. Infelizmente o governo Bolsonaro joga contra esse tipo de medida, a começar pela negação de mudanças climáticas", criticou o geólogo.

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