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Petrópolis: 'Não deu pra todo monitoramento ser ativado', diz moradora

16/02/2022 09h14Atualizada em 16/02/2022 20h55

O sistema de monitoramento de chuvas de Petrópolis não foi completamente acionado nesta terça-feira (16), quando ocorreu uma tragédia que matou pelo menos 94 pessoas na cidade. Carla de Carvalho, coordenadora do centro de defesa dos direitos humanos da cidade, participou do UOL News e revelou essa dificuldade.

"Dá para dizer que houve uma tromba d'água. Foi muito rápido, muito forte e inundou toda cidade. O centro foi afetado e não tem sirene. As pessoas foram alertando por WhatsApp, mas não deu tempo desse monitoramento todo ser acionado, porque a chuva chegou muito rápido e com muita força. Os núcleos de defesa civil e monitoramento ajudaram no sentido de demonstrar o risco na comunidade e fazer as pessoas irem para lugares de apoio, mas não deu conta porque foi muito rápido", informou Carla.

Ela lembrou que Petrópolis tem recorrência nesse tipo de tragédia, até por causa da geologia da cidade, mas mesmo assim a cidade ainda tem dificuldades para lidar com as chuvas fortes.

"Petrópolis tem uma política habitacional defasada. Vi investimento na questão do socorro e prevenção. Mas a gente tem dificuldade de lugares seguros para abrigar. Uma escola que era ponto de apoio foi afetada na tarde de ontem", contou Carla, acrescentando depois que não houve problemas graves nessa escola - algumas crianças tiveram apenas ferimentos leves, foram atendidas e encaminhadas para casa.

Um grande problema ocorreu no centro da cidade, onde nem havia sirenes. E o local ainda não é prioridade, pois os Bombeiros estão focados em tentar salvar vidas e resgatar corpos nos bairros.

"O centro está todo sujo, muitas lojas foram afetadas e perderam tudo. Uma rua de acesso foi destruída. Então o que a gente tem pelo centro são escombros. Está tudo complicado. E a gente entende que autoridades estão focadas em salvar o que for possível de vida", concluiu Carla.

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