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Porquinho Lula é visto em moto; conheça a família do PA que tem até Dilma

Tallissa Silva, 26, buscava atendimento veterinário de urgência para Lula, um dos porcos, quando viralizou - Tallissa Silva/Arquivo Pessoal
Tallissa Silva, 26, buscava atendimento veterinário de urgência para Lula, um dos porcos, quando viralizou Imagem: Tallissa Silva/Arquivo Pessoal

Luciana Cavalcante

Colaboração para o UOL, em Belém

18/02/2022 04h00Atualizada em 18/02/2022 07h47

Um porquinho de estimação batizado de Lula e a família dele, humana e suína, estão fazendo sucesso nas redes sociais. Criado como pet, ele e a irmã, Dilma, ficaram famosos após Lula ser fotografado sendo transportado numa moto com os tutores, em Belém (PA).

A imagem foi registrada no centro da cidade na segunda-feira e desde então vem se espalhando nas redes sociais. Segundo uma das tutoras, a dona de casa Tallissa Silva, 26, a família Silva buscava atendimento veterinário de urgência para Lula, que havia se engasgado com um osso de frango. Único veículo da família, o jeito foi levá-lo na garupa da moto.

"Não tinha outro jeito. Era urgente. A gente não consegue nenhum motorista que queira levar", argumenta.

O fato causou espanto e a imagem rodou o Brasil. A tutora sequer percebeu quando a foto foi feita e só tomou conhecimento após ser avisada por vizinhos e amigos da repercussão.

"Estava tão preocupada em socorrer ele (Lula) que não vi nada. De repente, todo mundo veio me perguntar se era eu na foto, amigos, vizinhos. Não esperava essa repercussão".

Companheiros apolíticos

A dupla de porquinhos, segundo Tallissa garante, teve nomes escolhidos por acaso. Ela diz que ela e os pais não são "simpatizantes de partidos políticos". "Como a gente tem costume de criar animais inusitados, resolvemos dar nomes diferentes também", jura.

Foi o pai de Talissa, o serralheiro Cleonaldo da Silva, 45, que trouxe os animais para casa. Tanto ele, como a esposa, a diarista Patrícia Cordeiro, 44, cultivam a paixão por animais desde a infância. Ele, que cresceu na zona rural do município de Igarapé-açu e ela, ribeirinha de uma ilha em frente à capital.

A primeira a integrar a família Silva foi Dilma, que chegou à casa, no bairro do Guamá, periferia de Belém, recém-nascida, no ano passado. Hoje está com seis meses e pesa quase 80 quilos.

Papai foi para uma fazenda no interior e viu ela lá. Ficou apaixonado e trouxe pra casa. A gente sempre gostou de porcos. São tão bonitos, rosadinhos.

Pouco tempo depois, os familiares viram a necessidade de arranjar pra ela um companheiro. Foi aí que veio Lula, ainda pequeno. Hoje, aos quatro meses e com mais de 30 quilos, ele não desgruda de Dilma.

Os dois se adaptaram rapidamente. Segundo Tallissa, a única desavença foi no primeiro dia, quando Lula pensava que Dilma era sua mãe, o que fez com que ela o rejeitasse. Depois, viraram melhores amigos.

Longe de trabalhadores

Os porquinhos (se é que se pode chamar assim, pelo tamanho) são o xodó da casa. Além deles, a família ainda tem um cachorro e duas gatas resgatados em situação de abandono na feira do bairro.

Os dois têm temperamentos parecidos. São mansos, gostam de brincar, mas, segundo a tutora, quando não gostam de alguma coisa, saem dando cabeçada em quem estiver na frente. Brincalhões, eles vivem correndo pela casa e adoram interagir com os outros bichos ou brincar com os filhos de Tallissa, de 3 e 7 anos.

"Eles adoram quando o cachorro fica lambendo eles, mas também, quando não estão com vontade, saem batendo em todo mundo", revela.

Quando eram pequenos, saiam até para passear pelas ruas do bairro, sendo conhecidos por toda vizinhança. Mas hoje, devido ao peso, o passeio ficou inviável.

"Aqui no bairro, todo mundo conhece a gente por causa deles. Todos perguntam deles".

Operação lavanderia

Em casa, Lula e Dilma são muito mimados e possuem até mesmo uma casa só pra eles. Coisa simples, de apenas um andar. Mas, para isso, foi preciso dar uma bela improvisada na lavanderia do imóvel da família. O lugar foi todo adaptado para o conforto da dupla, com cama e até piso de madeira, que os protege do frio da noite.

"É um quarto bem grande que a gente adaptou. É bem ventilado e eles têm as coisinhas deles todas lá. O piso, fizemos para não molhar".

Uma das diversões da dupla é o banho, que tem inclusive shampoo específico. Já a alimentação é feita à base de frutas e legumes — desde que os donos fiquem de olho, caso contrário, comem tudo que aparecer pela frente.

Em campanha

Após a repercussão do caso, Talissa fez uma campanha nas redes sociais para conseguir um atendimento veterinário para Lula. A história fez tanto sucesso que uma veterinária se ofereceu para atendê-lo e doou um raio x.

"Por enquanto, temos essa consulta hoje, mas não sabemos como vai ficar. Se precisar de cirurgia, vamos fazer uma vaquinha".

Cabe recurso?

Infrações de trânsito durante socorros de urgência até podem ser perdoadas ou reduzidas a advertências, mas a condução irregular ainda fere a legislação de trânsito.

A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informou, em nota, que, em caso de flagrante, o condutor flagrado nessa situação comete infração prevista no art. 235: conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados.

"A infração é grave e tem como penalidade multa de 195,23, mais 5 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Além da retenção do veículo", conclui o texto.