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Sobrevivente de ataque em escola de Suzano morre tentando salvar gato em SP

Rosnei Marcelo Grotewold, de 18 anos, tinha sobrevivido ao massacre na escola Raul Brasil - Arquivo familiar
Rosnei Marcelo Grotewold, de 18 anos, tinha sobrevivido ao massacre na escola Raul Brasil Imagem: Arquivo familiar

Do UOL, em São Paulo

18/02/2022 20h21Atualizada em 19/02/2022 13h26

Um jovem de 18 anos, que sobreviveu ao massacre na escola Raul Brasil, em Suzano (SP), morreu após levar um choque elétrico tentando resgatar a gata da própria família, que tinha subido no telhado do vizinho.

Rosnei Marcelo Grotewold Júnior, que morava em Poá, teria encostado na fiação elétrica da rua ao tentar resgatar o animal, na última terça-feira (15).

O socorro chegou a ser acionado e manobras de reanimação foram aplicadas, mas o jovem teve morte declarada ainda no local.

"Estamos sendo fortalecidos por Deus", afirmou o pai de Rosnei, o pastor Sergio Luciano, em conversa com o UOL. Ele confirmou que o filho era um dos sobreviventes do massacre de 2019.

Na ocasião, Rosnei teria ficado sob a mira de um dos atiradores, que acabara de ficar sem munição, o que permitiu a fuga dele.

Tudo você fez por amor à sua gata, meu filho. Deus já te recompensou. Descanse em paz.
Sergio Luciano, pai de Rosnei no Facebook

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso foi registrado como morte acidental na Delegacia de Poá. Uma perícia foi solicitada pelo órgão no local da morte.

A gata da família não foi eletrocutada e sobreviveu. O corpo de Rosnei foi sepultado na última quarta-feira (16).

escola - Julien Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo - Julien Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Abraço coletivo, dias após o crime, em março de 2019, no prédio da escola estadual Raul Brasil, em Suzano
Imagem: Julien Pereira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Massacre de Suzano

Conhecido como o segundo maior ataque em escolas brasileiras, o massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), deixou oito mortos — cinco estudantes, dois funcionários e um comerciante. As dezenas de tiros foram efetuadas pelos ex-alunos Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25, durante o recreio.

A escola deixava o portão aberto para comunidade, de modo que os jovens puderam acessá-la sem qualquer problema. Guilherme e Luiz tentavam imitar o massacre da escola de Columbine, no estado americano do Colorado, ocorrido em 1999, quando dois alunos assassinaram 13 pessoas e feriram 24.

Eles invadiram salas e deixaram 11 pessoas feridas, usando revólver calibre 38 e um machado. Depois dos disparos contra os alunos, Guilherme atingiu um policial à paisana e seu comparsa Luiz. Ao final, o jovem cometeu suicídio.