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Trafigata: Matador de aluguel é preso suspeito de ataque; vídeo mostra ação

Lorena Pelanda

Colaboração para o UOL, em Curitiba

18/02/2022 12h36Atualizada em 18/02/2022 15h28

Um dos homens presos como suspeitos de envolvimento na tentativa de assassinato de Camila Marodim, conhecida como 'Trafigata' é conhecido pela polícia como matador de aluguel. Ele e mais um outro suspeito foram presos ontem durante uma operação da Polícia Civil do Paraná.

Um dos mandados foi cumprido no bairro Tatuquara, em Curitiba, e outro em Pinhais (PR), na região metropolitana. Dois mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Um terceiro homem, que estava com um dos envolvidos, também foi detido em flagrante, já que estava foragido da Colônia Penal Agrícola. A princípio, ele não tem ligação com esse caso.

Durante a operação, houve troca de tiros e um dos suspeitos tentou fugir.

trafigata - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Camila Marodim ficou conhecida como 'Trafigata'
Imagem: Reprodução/Instagram

"Tivemos um crime grave no último dia 31. Duas pessoas foram até o esconderijo de Camila, já que nem a polícia e nem os advogados dela sabiam o local que ela estava. Eles organizaram uma emboscada e dispararam mais de vinte vezes. Por milagre, Camila conseguiu se jogar no banco de trás do carro e não se feriu. O amigo dela, que estava junto, foi baleado e por sorte, também sobreviveu", afirma Tito Barrichello, delegado titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Os alvos da operação são perigosos e envolvidos com o crime organizado, diz Barrichello. "Estão envolvidos em associação ao tráfico de drogas e outros crimes, principalmente vinculados a região metropolitana de Curitiba".

A defesa da 'Trafigata' considerou as prisões como um alívio.

"As prisões mostram que o Estado, representado pela Delegacia de Homicídios, e a defesa da Camila Marodim, não vão, de forma nenhuma, deixar o que aconteceu em branco. Todos aqueles que pretendem fantasiar a morte de Camila estejam certos que a penitenciária é o caminho e é o destino daquele que imagina acabar com a vida dela", diz o advogado Claudio Dalledone Jr, ao UOL.

As investigações continuam para saber se os presos de ontem têm ligação com a morte do marido de Camila, Ricardo Marodim.

Considerado um dos líderes de uma organização criminosa, Ricardo foi executado em novembro do ano passado, durante a festa de aniversário do filho, em Pinhais.

Na próxima semana, Camila deve prestar depoimento mais uma vez.

Atentado

A tentativa de homicídio contra a 'Trafigata' foi no dia 31 de janeiro, no bairro Alto Boqueirão. Ela voltava para casa na companhia de um amigo quando foi surpreendida pelos tiros no momento em que abria o portão. O ataque foi registrado em vídeo e mostra os tiros e a tentativa dela de se afastar do carro e entrar na casa para se proteger.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, os homens presos suspeitos de tentativa de assassinato estavam em um carro estacionado próximo à casa vigiando a movimentação.

Nas imagens gravadas por câmeras de segurança é possível ver o momento em que Camila vai até o portão da residência e um deles sai do carro e começar a atirar. Em seguida, ela corre para dentro da casa e sai ilesa do atentado. O amigo que estava junto ficou ferido e encaminhado ao hospital.

Segunda prisão

Camila Marodim está presa preventivamente desde o dia 10 de fevereiro, por descumprimento das medidas cautelares substitutivas à prisão. Ele cumpria o regime domiciliar desde o final do ano passado. No entanto, desde que deixou a penitenciária, descumpriu as regras relacionadas ao recolhimento noturno e ao uso da tornozeleira eletrônica. Em um dos episódios, o equipamento chegou a ficar mais de quatro horas desligado por falta de bateria.

A defesa da traficante atribuiu as recorrentes violações das medidas cautelares às tentativas de homicídio e à busca por manter-se viva.

No começo desta semana, em audiência no Fórum de Piraquara, na Grande Curitiba, a Justiça não acolheu os argumentos dos advogados e decidiu manter a prisão preventiva sem direito ao sistema semiaberto harmonizado.

"Somente após analisar a documentação do Departamento Penitenciário que vamos tentar reverter esta prisão preventiva em domiciliar, já que a lei permite que mulheres com filhos menores de idade possam respondem ao processo em prisão domiciliar", explicou Dalledone, citando que Camila Marodim é mãe de três crianças — todas menores de idade e que precisam do cuidado dela.