Idosa presa por tráfico no RJ é irmã de general ligado a crimes na ditadura
A idosa que foi presa na semana passada por tráfico internacional de armas e que aparece em uma foto posando com um fuzil é irmã de Iris Lustosa de Oliveira, General do Exército ligado a crimes no período da ditadura militar. Conforme consta em um documento da Comissão Nacional da Verdade, o militar foi chefe do Centro de Informações do Exército de novembro de 1983 a março de 1985.
Ilma Lustosa de Oliveira, 88, teve o nome envolvido em uma organização vinculada a Ronnie Lessa - réu pela morte da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes, em março de 2018. A idosa era responsável por receber as armas em nome do filho, João Marcelo de Oliveira Lopes, apontado como chefe da quadrilha. Ela usava a casa onde morava, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, como uma espécie de depósito.
As investigações mostraram que o tráfico internacional era realizado por meios marítimos, com o uso de contêineres, e aéreos. As armas vinham desmontadas escondidas em impressoras, por exemplo. Ao chegar no Brasil, o material ia para a casa de Ilma, que o levava para as chamadas 'oficinas'.
O grupo usava uma impressora 3D para terminar de montar o armamento que era vendido para assassinos de aluguel, traficantes e milicianos. Um dos compradores era Ronnie Lessa - preso na penitenciária de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
Segundo a Comissão Nacional da Verdade, Iris Lustosa, assim como outros, cometeu ações 'que resultaram em graves violações de direitos humanos'. O ex-General do Exército tem, atualmente, 96 anos.
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