Petição pede que morador que agrediu síndico perca registro profissional
A defesa do síndico Wahby Khalil, 42, agredido no prédio em que mora pelo professor de artes marciais Henrique Paulo Sampaio Campos, 49, por causa de uma discussão envolvendo um saco de boxe na academia coletiva do condomínio, abriu hoje uma petição pública pedindo que a licença profissional do educador físico seja revogada.
O pedido, assinado pelo escritório do advogado de Khalil, Edson Alexandre, foi redigido após uma manifestação de síndicos na frente do condomínio onde os envolvidos moram, na última segunda-feira (21). Por volta das 20h15 de hoje, ele concentrava mais de 190 assinaturas.
A petição, destinada à presidente do CREF (Conselho Regional de Educação Física), Nicole Christine, conta que a violência cometida por Henrique foi por "motivo fútil", lembrou que a vítima ficou internada e citou trechos do estatuto da categoria para pedir duas sanções contra o profissional: a censura pública e o cancelamento do registro profissional.
O advogado de Khalil informou que a intenção da defesa é de que as assinaturas sejam colhidas ao longo de 20 dias e entregues ao CREF em seguida. Não há um número mínimo de assinaturas necessário para que o documento seja protocolado. A reportagem procurou o órgão e ainda aguarda retorno. Este espaço será atualizado tão logo haja manifestação.
Ao UOL, a defesa de Henrique Paulo informou que não vai se posicionar sobre o assunto.
Relembre o caso
O síndico Wahby Abdel Karim Khalil foi agredido por um morador do prédio em que ele vive durante um desentendimento sobre um saco de boxe instalado na academia coletiva do prédio.
A agressão foi registrada por imagens de câmeras de segurança do local. Nelas, é possível ver que o síndico, o professor e um funcionário do prédio conversam.
Em determinado momento, o agressor ameaça partir para cima de Khalil, que está de camiseta rosa. Segundos depois, o homem dá um soco no rosto do síndico, que cai ao chão e bate a cabeça.
O homem que vê a agressão tenta intervir, mas, após supostas ameaças por parte de Henrique Campos, sai do local. O professor de artes marciais segue exaltado e falando agressivamente, apontando para a vítima, que demora a conseguir se levantar.
O síndico foi socorrido por outros moradores e procurou a 21ª Delegacia de Polícia, localizada em Taguatinga (DF), para registrar um boletim de ocorrência contra o agressor. A Polícia Civil investiga o caso.
Na delegacia, Khalil informou que, há um ano, o morador instalou o saco de boxe na academia do prédio. Porém, no início de março, foram detectadas rachaduras no teto e, no dia da agressão, houve a comunicação ao homem de que seria necessário retirar o aparelho.
"Fui informar ao morador que estávamos recebendo reclamações de outros moradores por causa das rachaduras e, por isso, seria necessário retirar o saco de boxe e levar o caso à assembleia. Ele não gostou, tentei justificar e fui surpreendido com o soco. Foi tão forte que fiquei desacordado", disse em conversa com o UOL na ocasião.
Wahby foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) e depois para um hospital. Ele foi diagnosticado com uma hemorragia no cérebro. Ele deixou a UTI do hospital na segunda-feira e já teve alta da unidade de saúde.
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