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'Rei Arthur' tem prisão decretada e pode ser extraditado dos EUA

O empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur - Reprodução/Globonews
O empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur Imagem: Reprodução/Globonews

Do UOL, em São Paulo

12/05/2022 11h13Atualizada em 12/05/2022 13h03

O empresário Arthur Soares, mais conhecido como "Rei Arthur", teve mandado de prisão preventiva expedido no Brasil e pode ser extraditado dos Estados Unidos, onde está preso administrativamente pelo esquema de compra de votos da Olimpíada do Rio, realizada em 2016.

Em novembro de 2021, Soares, que foi um dos principais alvos da Lava-Jato no Rio, havia conseguido um habeas corpus que o permitia voltar ao Brasil e cumprir prisão domiciliar em meio às acusações de ser um dos principais integrantes do esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral, que está preso desde novembro de 2016.

Na última semana, por seu envolvimento na compra de votos, Arthur foi condenado pela Justiça americana a passar seis meses dormindo em um abrigo e fazer 150 horas de serviço comunitário.

Já no caso que rendeu um novo mandado de prisão para "Rei Arthur", ele e o delegado da Polícia Civil Ângelo Ribeiro de Almeida Junior são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, o empresário teria dado propina ao delegado em troca de proteção em inquéritos tributários da Delfaz (Delegacia Fazendária), comandada por Ângelo entre 2008 e 2015.

Para ser beneficiado em inquéritos policiais que tramitavam na Delfaz, relacionados a empresas em que estava envolvido, "Rei Arthur" teria transferido R$ 2 milhões para que o delegado e sua mulher adquirissem uma franquia do restaurante L'Entrecôte de Paris, em Ipanema.

No mesmo processo, Renata Andriola de Almeida - mulher de Ângelo -, Eliane Pereira Cavalcante e Claudio de Albuquerque Haidamus, também foram acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O delegado foi afastado de suas funções na Polícia Civil do Rio de Janeiro, segundo uma nota do Ministério Público do Rio de Janeiro.

A Justiça determinou a expedição de ofício à Interpol solicitando a extradição do Arthur Soares, que tem audiência marcada para esta sexta-feira (13).

Além de ser afastado de suas funções como delegado, Ângelo também foi suspenso de seu trabalho na Assembleia Legislativa do Rio, onde exercia cargo de assessoramento.

Durante o trabalho do acusado na delegacia, foram identificados diversos indícios de enriquecimento ilícito, "com uma abrupta mudança de seu padrão de vida", indicou o MPRJ.

No mesmo período, inquéritos relacionados às empresas de "Rei Arthur" tramitavam durante anos, sem serem concluídos. Posteriormente, Ângelo foi cedido à ALERJ, por intermédio do deputado Jorge Picciani (MDB), que faleceu em 2021, para atuar na presidência da Casa.

O delegado ainda foi nomeado para exercer consultoria orçamentária e financeira do legislativo, onde estava atualmente lotado.

A investigação contra a dupla teve início em 2018.