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Advogado morto a tiros em Niterói foi expulso da Polícia Civil em 2011

O advogado e ex-policial civil Carlos Daniel Dias André foi morto após ser abordado por motociclistas -
O advogado e ex-policial civil Carlos Daniel Dias André foi morto após ser abordado por motociclistas

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

31/05/2022 16h36

O advogado e ex-policial civil Carlos Daniel Dias André, 40, foi morto a tiros na manhã de hoje em Piratininga, Niterói, na Região Metropolitana do Rio.

De acordo com a PM, ele estava na companhia do filho em um carro blindado, na Avenida Conselheiro Paulo de Melo Kalle, quando foi abordado por dois criminosos em uma motocicleta. Apenas o advogado foi baleado.

O local foi isolado e agora a DHNSG (Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo) apura as circunstâncias da morte.

Além de advogado criminalista, Carlos Daniel era ex-policial civil. Ele foi expulso da corporação após ser preso pela Polícia Federal em 2011. Na ocasião, ele foi um dos agentes públicos responsáveis por escoltar cinco traficantes em fuga da favela da Rocinha durante a implantação da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na região.

O ex-inspetor de polícia foi condenado a 12 anos de prisão por tráfico de drogas e favorecimento pessoal. Na cadeia, ele conseguiu concluir a faculdade de Direito e obter o registro de advogado na OAB-RJ.

Carteira de clientes

Em consulta ao site do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o nome de Carlos Daniel aparece como advogado do policial civil Jorge Luiz Camillo Alves, que foi preso em 2020 durante a operação "Os Intocáveis II". Ele era suspeito de favorecimento de milicianos de Rio das Pedras, comunidade na zona oeste do Rio.

Na época, Jorge Luiz era braço direito da delegada Adriana Belém, que comandava a delegacia da Barra da Tijuca, também na zona oeste. Ela foi presa neste ano, após a polícia localizar R$ 1,8 milhão na casa dela.

A delegada foi detida durante operação do Ministério Público do Rio que investiga uma rede de apoio a jogos de azar.

Além de defender Jorge Camillo, o advogado também aparece como advogado de Isadora Alkimin Vieira, filha do cantor Belo, presa em novembro de 2020, por suspeita de envolvimento em uma quadrilha que praticava golpes eletrônicos. Na época, ela e outras 11 mulheres foram presas. No entanto, Isadora, que era estudante de Odontologia, teve a prisão revogada quase um mês depois.