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Mulher é condenada por assaltos durante encontros marcados no Tinder em SP

Segundo Justiça, mulher usou aplicativo de namoro para encontrar vítimas  - Getty Images
Segundo Justiça, mulher usou aplicativo de namoro para encontrar vítimas Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

05/07/2022 21h19Atualizada em 05/07/2022 21h19

O TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) confirmou a condenação de uma mulher a 19 anos de prisão em regime fechado por usar o Tinder, aplicativo de namoro, para aplicar golpes em pelo menos três homens. Os crimes teriam sido cometidos em 2021 e a decisão foi publicada pela 2ª Vara Criminal de São Carlos, hoje.

Os três crimes, segundo a Justiça, foram cometidos entre 4 de janeiro e 4 de fevereiro de 2021. Todas as vítimas teriam sido atraídas após conversa com a suspeita após "matchs" no Tinder.

No primeiro, ela teria ameaçado um homem com uma arma branca para roubar uma carteira dele; em outro, ela teria contado com ajuda de dois homens para roubar R$ 170 e um carro e; no último, também com arma branca, teria roubado R$ 270 de outro pretendente enganado no app.

A a relatora do caso, a desembargadora Claudia Fonseca Fannucchi, aponta que as três vítimas reconheceram a suspeita, identificada como Maria Angélica Macedo da Silva.

Em sua defesa no processo, a mulher afirmou que nunca teve conta em aplicativos de namoro e disse que estava em casa no momento dos crimes.

Advogadas citam pena 'extremamente alta'

Em posicionamento enviado ao UOL, uma das defensoras de Maria Angélica afirmou que a pena decretada pelo TJSP foi "extremamente alta" e disse que vai fazer um recurso especial, pretendendo levar o caso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) se for necessário.

"Se compararmos a pena de um homicídio triplamente qualificado, que começa com 12 anos e aumenta de acordo com as qualificadoras, muitas vezes não atinge o patamar de 19 anos que foi a condenação de Maria Angélica. Para nós, defensores, que sabemos que não foi a Maria Angélica que cometeu os crimes, é uma revolta muito grande. Por isso, vamos lutar até o fim para baixar essa pena", afirmou a advogada Luzia Helena Sanches.

Ainda segundo ela, a mulher se apresentou espontaneamente à Justiça quando soube da decretação da prisão, sentenciada na primeira instância. Hoje, ela cumpre pena na penitenciária de Guariba, onde também trabalha.

A outra defensora da ré, Katia Cilene Scobosa Lopes, afirmou que Maria Angélica é considerada inocente por "gozar da presunção constitucional" e disse que aguarda a publicação do acórdão para analisar as melhores vias de recursos.

Ela afirmou, ainda, que o conjunto probatório da acusação é "não robusto" e que não há provas em desfavor da acusada além do reconhecimento, que pode ser considerado nulo no futuro.

"Podemos destacar que, mesmo que existissem provas cabais de autoria (o que, como dito, não é o caso desses autos), a dosimetria da pena imposta exacerba a penas aplicadas em crimes de maior gravame, como o homicídio qualificado", afirmou, em nota enviada ao UOL.