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Pai que salvou bebê segundos antes de acidente no Pará comemora: 'Foi Deus'

Pai salvou bebê de ser atingido por carro em alta velocidade - Reprodução/Facebook
Pai salvou bebê de ser atingido por carro em alta velocidade Imagem: Reprodução/Facebook

Luciana Cavalcante

Colaboração para o UOL, de Belém

03/08/2022 23h11Atualizada em 03/08/2022 23h23

"Só tenho a agradecer demais a Deus pelo fato do meu filho está bem e eu também. A moto a gente trabalha e compra outra". O desabafo é de Murilo Pereira, 32, pai do pequeno Murilo Ravi, de 1 ano e 3 meses. O menino foi salvo por ele segundos antes da moto em que ele estava ser acertada e arrastada por um carro em alta velocidade em São Félix do Xingu (PA). O vídeo que registrou a ação foi destacado pela imprensa mundial.

O fato ocorreu na pacata vila de Taboca, na zona rural do município, distante 100 km do centro do município, no último sábado (30).

"Foi Deus com certeza. Não tem explicação!", desabafa a dona de casa Stefhane Macedo, 27, mãe da criança, único filho do casal.
Ela conta que o menino e o marido tinham ido acompanhá-la a uma loja para comprar um presente para um chá de bebê, realizado no dia seguinte.

"A gente sai de casa rápido e nunca imagina que uma coisa dessas possa acontecer. Foi tudo tão rápido que só escutei o barulho e fiquei sem ação. Só me dei conta da gravidade quando vi o vídeo. Na hora, só tive ação de 'gravar' a placa do carro", diz a mãe.

A rua onde o fato ocorreu não tem asfalto e, no momento da colisão, Murilo estava estacionando a moto com o filho apoiado nela.

Eu só escutei quando o pneu do carro 'cantou' na curva lá em cima e vi uma mulher olhando. Virei para ver o que era e só deu tempo de puxar o meu filho. Senti o vento do carro levando a moto.

Em segundos, o pai conseguiu tirar o menino da moto, antes dela ser arrastada.

Na hora eu tive aquela intuição de puxar o menino. Meu negócio era salvar o nenê, deixar ele seguro. Mas quando consegui, me deu raiva do "cabra".

Murilo diz que o filho não percebeu o que estava acontecendo . "Ele ouviu o barulho também, sentiu quando puxei, mas não chegou a chorar".

O choque foi tão violento que, segundo a mãe da criança, a moto foi arrastada por seis metros e só parou no muro de um laboratório, que foi totalmente destruído. A moto teve perda total. O motorista do carro parou alguns metros depois. Murilo diz que o motorista tinha sinais aparentes de embriaguez, mas não houve exame no local para comprovar a condição do motorista.

"Eu fui até ele e xinguei dizendo que poderia ter matado eu e meu filho. O 'cabra' tava mais pra lá do que pra cá. Parecia que tinha bebido", lembra.

"Algumas pessoas nos contaram que ele já tinha batido em uma moto que estava parada na rua de cima", contou Stefhane Macedo.

Inicialmente, o pai do menino não registrou ocorrência policial e foi procurado por um representente do condutor, oferecendo se responsabilizar pelo prejuízo da moto. Segundo Murilo ele teria oferecido dinheiro, mas depois tentado trocar por um lote de terras.
"Deus me livre correr o risco de perder o filho de gente e até morrer; passar esse susto. Aí o cara leva a minha moto, que eu uso para trabalhar, fazer as minhas correrias e quer me dar um lote", reclamou.

Com a repercussão do caso, mesmo sem o registro do boletim de ocorrência, a polícia civil passou a investigá-lo, através da Unidade Integrada do distrito de Taboca, em São Félix do Xingu.

Em nota, a corporação informou que imagens do circuito de segurança foram "analisadas e diligências estão sendo realizadas para apurar o caso". O condutor do veículo foi intimado a prestar esclarecimentos, mas o nome dele não foi divulgado. O UOL não conseguiu confirmar a identidade dele para pedir um posicionamento em sua defesa.