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Justiça manda soltar suspeito de ordenar assassinatos de Bruno e Dom

Cartaz sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips (à esq.) e do indigenista Bruno Pereira (à dir.) - @crisvector/Reprodução
Cartaz sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips (à esq.) e do indigenista Bruno Pereira (à dir.) Imagem: @crisvector/Reprodução

Do UOL, no Rio

09/10/2022 14h04Atualizada em 10/10/2022 18h53

A Justiça Federal do Amazonas concedeu liberdade provisória ao colombiano Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, suspeito de ter ordenado os assassinatos do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom Philips, em junho. A decisão revogando a prisão preventiva foi expedida na última quinta-feira (6).

Mesmo com a revogação da prisão, o MPF (Ministério Público Federal) informou nesta segunda-feira (10) que o investigado "segue preso preventivamente por associação criminosa" em outros casos. "Colômbia é réu em dois processos em trâmite na Vara Federal de Tabatinga, tendo a prisão preventiva decretada em ambos".

Colômbia, como é conhecido, é investigado pela Polícia Federal por supostamente comandar a rede de pesca ilegal existente na região do Vale do Javari, na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Ele foi preso por uso de documento falso em julho e, desde então, encontrava-se sob custódia. Em depoimento à PF, o estrangeiro negou qualquer participação no crime.

Os investigadores também trabalham com a hipótese de que Villar ordenou o assassinato de Bruno após o indigenista e o jornalista britânico terem fotografado barcos utilizados na atividade de pesca ilegal na região.

Bruno e Dom desapareceram em 5 de junho, após serem vistos em um barco. Na última vez que foram vistos, eles pararam na comunidade de São Rafael, às 6h, onde tinham uma reunião marcada com o líder pescador Manoel Vitor Sabino da Costa, conhecido como Churrasco.

Dali, eles seguiram seu caminho pelo Rio Itaquaí. A dupla deveria ter chegado a Atalaia do Norte duas horas depois, mas desapareceu.

Segundo as investigações, eles foram interceptados por Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado.

De acordo com a denúncia do MPF, Bruno foi baleado pelas costas. Dom, por sua vez, foi morto para evitar que os assassinos fossem denunciados às autoridades. Os envolvidos no crime então esquartejaram, queimaram e enterraram os corpos para impedir que fossem encontrados —o que só ocorreria em 15 de junho.