Suástica e mensagens sexistas e machistas são achadas em banheiros da UFSC
Quase uma semana após dois alunos da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) serem presos por suspeita de integrar um grupo neonazista, banheiros da universidade foram riscados com frases contra mulheres e judeus.
As ocorrências foram registradas em dois campi diferentes da instituição de ensino: o primeiro, na segunda-feira (24), um dia após a notícia da prisão dos estudantes ser veiculada em rede nacional.
Na ocasião, o banheiro do Centro de Ciências Jurídicas da instituição, em Florianópolis, foi pichado com frases contra mulheres, afirmando que elas deveriam ser "mortas e estupradas".
Um protesto contra o crime foi realizado pelo Caxif (Centro Acadêmico XI de Fevereiro), que emitiu uma nota nas redes sociais repudiando a violência e afirmando que "todos os estudantes do campus devem se sentir respeitados e protegidos, com o seu direito de ir e vir assegurado".
Segundo o órgão, medidas administrativas e judiciais foram tomadas pela direção do centro para identificar e sancionar o autor das mensagens.
Durante o protesto, o professor Rodrigo Sartoti, do curso de direito, falou com os alunos e disse que o caso registrado não era isolado.
"Nos últimos anos presenciamos atos de misoginia contra uma professora, atos de nazismo com uma suástica desenhada em cartazes, atos de racismos nos corredores, além de outros episódios", ressaltou o professor.
"É preciso que a gente se olhe enquanto faculdade e enquanto estado. Por que Santa Catarina é o estado com mais células nazistas? Por que isso está ocorrendo dentro da faculdade de direito da UFSC?", questionou.
Na tarde de ontem, pouco após o ato realizado em Florianópolis, suásticas e a frase "Maus Jude" (ratos judeus, termo pejorativo utilizado na época do governo de Hitler) foram pintadas com corretivo em um banheiro do Centro Técnico de Joinville.
O caso foi denunciado pelo líder do Movimento Estudantil UFSC CTJ, Lucas Olibio, nas redes sociais. "Mais um episódio de ódio", afirmou.
O UOL questionou a assessoria de imprensa da UFSC sobre as investigações em torno do caso. O órgão informou que está "reunindo informações e avaliando se haverá alguma manifestação oficial".
A Polícia Civil de Santa Catarina foi procurada em busca de informações sobre se algum boletim de ocorrência foi registrado, mas não respondeu até o momento.
Apologia ao nazismo é crime
A lei 7.716/1989 diz que é crime "praticar, induzir ou incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". A pena é de reclusão de um mês a três anos e multa — ou reclusão de dois a cinco anos e multa se o crime foi cometido em publicações ou meio de comunicação social.
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