Mulheres sofrem queimaduras e lesões e vão à polícia contra esteticista
Ao menos quatro mulheres procuraram a Polícia Civil de Mairinque (SP) após terem sequelas como lesões e queimaduras no rosto e em outras partes do corpo depois de sessões com uma esteticista da cidade. Um inquérito foi aberto para investigar as denúncias contra Lais Ketilyn, da LK Estética, de acordo com a corporação.
Um dos casos mais graves de lesão que teria sido causada pela profissional, foi o da auxiliar de produção Valéria Ruiz Rosa, que ficou 11 dias internada em um hospital para tratar de uma infecção. O problema teria surgido, segundo a paciente, quatro meses depois de ela fazer aplicações de enzima na barriga com a esteticista.
"Logo após a aplicação da enzima, ela começou a fazer massagens e eu não aguentava de dor e pedi para ela parar. No mês seguinte começou a se formar feridas na barriga e na coxa, nos locais onde ela fez a aplicação. Fiquei 15 dias tomando antibiótico e minha situação só ia piorando, foi quando precisei ser internada", conta Valéria.
Ainda segundo a auxiliar de produção, na época ela estava em fase de experiência em uma empresa, sendo dispensada após o episódio.
"Ainda tenho diversas marcas pelo meu corpo devido ao procedimento e fiquei desempregada. Estou passando por tratamento psicológico para conseguir lidar com a situação", acrescenta ela.
Queimaduras
Foi buscando melhorar a aparência das estrias que Gabriela Alves procurou os serviços da esteticista, após ver um anúncio nas redes sociais. Logo na primeira sessão ela já percebeu que algo estava errado. Ela teve queimaduras na coxa e as marcas ficaram piores do que antes.
"Na hora já senti uma dor bem estranha, tanto que eu tinha outra sessão para fazer e acabei não indo, mesmo já tendo pago. Ela falou que em 15 dias eu teria os primeiros resultados, mas passou dois meses e estava pior que antes. Eu mandei mensagens, ela falou que era normal. Passaram-se cinco meses e nada de resultado, e ela mandou eu ir até à clínica que ela passaria um produto para ajudar na cicatrização, eu fui e depois disso ela nunca mais me respondeu. Minha pele não cicatrizou, ela ficou manchada e queimada", conta Gabriela.
Já a professora Camila Helena de Souza relata ter ficado com lesões após ser atendida pela profissional e registrou o caso na polícia. Ela relatou ao UOL que fechou um pacote de 17 sessões de aplicação de enzima para gordura localizada e massagens. Na quarta sessão, percebeu o surgimento de um caroço na pele e interrompeu o tratamento.
"Depois de 15 dias da quarta sessão levantou um cisto sebáceo na minha coxa esquerda. Eu achei estranho e entrei em contato com a profissional e ela garantiu que não foi devido ao procedimento estético, que as enzimas não causariam aquele tipo de reação. Eu fui ao médico e ele disse que precisaria retirar por cirurgia, mas acabou não precisando. Depois de quatro meses, ele desapareceu sozinho, mas eu fiquei com um roxinho na coxa", conta a professora.
Grupo no 'zap' com 15 mulheres
Após as constantes queixas das clientes nas redes sociais, elas decidiram se unir e procurar a polícia. Elas também criaram um grupo no WhatsApp que conta atualmente com 15 pessoas.
"Sabemos que são dezenas de vítimas. Muitas entram em contato conosco, mas desistem de registrar o boletim de ocorrência por receio ou por falta de tempo. No entanto, temos que nos unir para que essa mulher não faça novas vítimas", disse a professora.
Segundo as vítimas, a esteticista se dizia capacitada para fazer os procedimentos. Quando elas reclamavam de dores ou do resultado que não aparecia, a profissional afirmava ser normal e que os produtos usados eram autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Após o caso ir parar na polícia, a Vigilância Sanitária da cidade também foi acionada. O local onde a esteticista foi lacrado e a profissional não foi mais vista no município. Segundo as clientes, ela teria se mudado para o estado de Santa Catarina.
Acusação de estelionato
Além das lesões, as clientes relatam que também foram vítimas de estelionato, já que pagaram antecipadamente por procedimentos estéticos que não tiveram todas as suas sessões realizadas. Algumas mulheres que também procuraram a polícia para registrar boletim de ocorrência relatam que sequer foram atendidas pela profissional, mesmo diante do pagamento. As vítimas são das cidades de Mairinque, São Roque, Araçariguama e Alumínio, todas no interior de São Paulo.
A reportagem do UOL tentou contato com a esteticista por telefone e por mensagens, mas o telefone está desligado e as mensagens não foram respondidas.
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