Derrite quer que câmeras em policiais ajudem na identificação de furtos
Do UOL, em São Paulo
10/01/2023 09h09Atualizada em 10/01/2023 09h19
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, negou que tenha a intenção de acabar com o programa Olho Vivo, que instala câmeras corporais nas fardas da PM para monitorar as ações policiais.
Em entrevista hoje ao Bom Dia São Paulo, o secretário disse que pretende incluir mais ferramentas à câmera acoplada, como um software para identificação de carros roubados.
Não falei que ia acabar com o programa. Ela foi instalada com a intenção de fiscalização e controle, o que é aceitável, mas queremos acoplar à câmera do policial ferramentas que vão combater o crime.
Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite
Segundo Derrite, uma das novas funcionalidades pode ser a leitura da placa de veículos roubados. "Isso pode ser instalado na câmera para quando o policial estiver realizando o patrulhamento, o software de inteligência avisar".
Ele também promete ferramentas para a proteção do policial.
Durante o período de campanha eleitoral, Derrite disse que o programa Olho Vivo existe para vigiar os policias, o que causou mal-estar no comando da Polícia Militar.
Em dezembro, um estudo encomendado pelo comando da PM apontou benefícios no uso da câmera corporal. A FGV comparou dados da criminalidade entre junho de 2021 e julho de 2022.
O que diz o estudo?
- As câmeras nos uniformes policiais evitaram 104 mortes, o que representa uma redução de 57%, em relação ao período anterior.
- O programa de câmeras provocou um aumento de 24% do número de apreensões de armas.
- Aumento de 102% dos registros de casos de violência doméstica.
- Alta de 78% dos casos de porte de drogas.
- No primeiro ano de uso de câmeras em uniformes, as mortes por policiais militares caíram 80%, conforme apuração do UOL Notícias.
Quem é o novo secretário?
- Capitão Derrite (PL) era deputado federal por São Paulo, eleito pela primeira vez em 2018.
- É policial militar da reserva da PM paulista.
- Atuou na Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), batalhão especial da PMSP.
- Sua escolha para chefiar a pasta gerou críticas à gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
- Em 2015, em um áudio revelado pelo portal Ponte Jornalismo, Derrite disse que "o camarada trabalhar cinco anos na rua e não ter três ocorrências [morte por intervenção policial]" é "vergonhoso".